Por Allan Ravagnani | A Natura &Co mantém a estratégia de focar na venda direta de Natura e Avon na América Latina, algo que o presidente, Fabio Barbosa, classificou como “o que [a empresa] sabe fazer melhor”.
O executivo participou da teleconferência de resultados do terceiro trimestre da companhia, nesta manhã, um pouco após a Natura &Co anunciar a venda da The Body Shop ao Aurelius Group por 207 milhões de libras (R$ 1,25 bilhão), uma fração do valor pago seis anos atrás, de 1 bilhão de euros.
“Vamos reiterar duas conquistas da Natura neste terceiro trimestre, que foi a expansão da margem Ebitda e geração de caixa, além da nossa volta para fazer o básico, para fortalecer aquilo que fazemos melhor, com mais foco”, afirmou, na teleconferência que contou também com os executivos Guilherme Castellan e João Paulo Ferreira.
Ao longo da reunião, foi destacado o projeto do ano da empresa, de reestruturar o capital e focar na América Latina, além de otimizar as margens da Avon Internacional, revertendo a tendência de expansão internacional iniciada na década passada.
Nesse processo, as vendas da Aesop no terceiro trimestre e da The Body Shop, anunciada hoje, estão de acordo com o novo modelo de negócios da companhia, que segundo Guilherme Castellan, diretor financeiro, está na fase final de reestruturação do capital.
“Estamos com posição de caixa muito positivo, mesmo com a sazonalidade do negócio, mas esperamos que em 2024 nós vamos gerar mais caixa, estamos em um ponto que planejávamos”, diz Castellan.
Sobre a alavancagem, Castellan afirmou que, no longo prazo, espera chegar a 1,5 vez na relação dívida/Ebitda, após as vendas de Aesop e The Body Shop.
A Natura &Co teve lucro líquido de R$ 7 bilhões no terceiro trimestre, reflexo da venda da Aesop. O resultado operacional, no entanto, foi um prejuízo de R$ 48,6 milhões, o dobro em relação ao mesmo período do ano passado.
Segundo o Citi, os resultados no terceiro trimestre foram abaixo das expectativas, impactados por números mais fracos do que o esperado nas operações da América Latina.
Fonte: Valor Econômico