A varejista online de artigos esportivos Netshoes finalizou uma readequação de centros logísticos como forma de diminuir prazos de entrega das marcas de moda e beleza Zattini, Shoestock e Free Lace.
Responsável pela maior parte da receita líquida da Netshoes no primeiro semestre do ano – R$ 760,8 milhões de R$ 849,1 milhões –, o mercado brasileiro é atendido pela empresa a partir de centros logísticos em Extrema (MG), Jaboatão dos Guararapes (PE) e Barueri (na região metropolitana de São Paulo). Diariamente, a Netshoes lida com uma demanda média de 30 mil a 35 mil pedidos.
A estrutura em território paulista, contudo, passou a ser exclusiva das três marcas do braço “fashion” da empresa. De acordo com o diretor de logística da Netshoes, Marcio Chammas, a decisão visa “entregar uma experiência mais completa e veloz” em pedidos feitos na Zattini, Shoestock e Free Lace.
Com a mudança, os prazos de entrega nos três braços de negócios devem diminuir em até dois dias úteis.
Conforme publicado pelo DCI há uma semana, a readequação ou a procura de novos centros logísticos que possibilitem prazos menores de entrega – como o same-day delivery, ou delivery no mesmo dia – é uma das maiores preocupações do e-commerce na atualidade.
De acordo com players do mercado imobiliário, o desafio da entrega relâmpago tem sido ainda maior no caso das grandes cidades como a capital paulista, onde o alto preço do metro quadrado (m²) nas cercanias e a competição com empreendimentos de outros setores são barreiras.
Por outro lado, Chammas afirmou que “não é tão difícil encontrar centros de distribuição que possam ser customizados” em grandes praças como as cidades de São Paulo ou o Rio de Janeiro.
No caso da Netshoes, entretanto, a busca não parece ser prioridade: de acordo com Chammas, a empresa já consegue chegar nas principais capitais do País em no máximo dois dias úteis.
“Nossos centros de distribuição ficam em locais estratégicos e, por conta do fácil transporte, pois o produto é leve e pequeno, [é possível] que o atendimento seja rápido, considerando o volume e a escala do negócio.” Atualmente, o leque de produtos ofertado pela varejista virtual já ultrapassa os 400 mil.
De acordo com o executivo, “para a companhia, não faz sentido ter vários centros de distribuição” como forma de acelerar prazos. Em vez disso, a empresa afirma que busca “os melhores parceiros logísticos para que a entrega seja feita no menor tempo possível”.
“Recentemente, implementamos o Compre e Retire, em que os produtos adquiridos podem ser retirados em uma das mais de 6,7 mil agências dos Correios habilitadas para este serviço”, exemplificou Chammas. “A Netshoes foi a primeira empresa de e-commerce do País a oferecer esse tipo de modalidade de frete em abrangência nacional”.
No caso da readequação logística para o braço fashion, a diminuição de prazos não é o único benefício projetado pela empresa brasileira, que também prevê vantagens na dinâmica com fornecedores, economias no processo de logística reversa durante trocas e devoluções e o fim do recebimento de itens de forma fracionada pelo cliente, como ocorria anteriormente em algumas ocasiões.
NegóciosApesar da popularidade no Brasil, a Netshoes registrou prejuízo de R$ 98,4 milhões no primeiro semestre de 2018. Listada na Bolsa de Nova York, a empresa estaria à venda, segundo fontes do mercado, e já teria um banco contratado para a busca de um sócio ou comprador, de acordo com notícias veiculadas na imprensa.
Fonte: DCI