A fabricante de produtos de beleza Natura teve prejuízo de 69,1 milhões de reais para o primeiro trimestre, afetada pela retração de vendas no Brasil, pelo efeito da variação cambial e aumento de provisão.
A empresa havia obtido lucro líquido de 119,6 milhões de reais no mesmo período do ano passado.
A companhia teve geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de 217 milhões de reais no período, queda de 24,1% sobre os três primeiros meses do ano passado. A margem Ebitda caiu 4,6 pontos percentuais, a 12,8%.
Além da piora no resultado operacional, o prejuízo teve impacto do aumento de provisão para compra da parcela restante da australiana Aesop, pela marcação a mercado do hedge das dívidas em moeda estrangeira e outros fatores ligados ao câmbio.
A receita líquida consolidada avançou 2,9%, a 1,69 bilhão de reais, com a expansão de 42,4% da receita internacional compensando a baixa de 9,8% no Brasil.
O pior desempenho no país ocorreu principalmente por conta do aumento da carga tributária em relação ao ano passado e pela queda de 11,4% nos volumes, disse a Natura. A empresa elevou os preços em 9,1% nos últimos doze meses para atenuar o impacto da carga tributária e da inflação nos custos.
A produtividade das consultoras no país recuou 9,5% sobre um ano antes.
“Além do cenário recessivo, também é importante destacar que em 2016 postergamos o início da campanha do dia das mães em relação a 2015, concentrando assim uma parcela maior das receitas no mês de abril”, disse a companhia.
As despesas com vendas, marketing e logística tiveram alta de 6,7% contra os três primeiros meses de 2015, enquanto as despesas administrativas avançaram 19,1%.