No segundo ano de queda real de vendas do setor de higiene e beleza no Brasil, a Natura voltou a perder participação de mercado, enquanto a Avon teve um pequeno avanço. A francesa Coty, que adquiriu as marcas de beleza da Hypermarcas e da Procter & Gamble (P&G), teve o maior salto do setor em 2016.
O faturamento do setor de higiene e beleza, perfumaria e cosméticos apresentou queda real de 6% no ano passado (descontada a inflação do período), para R$ 45 bilhões, segundo a Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Indústria e Cosméticos (Abihpec). O volume diminuiu 4%, para 2,2 milhões de toneladas.
A cotação menor do dólar ante o real contribuiu para reduzir os preços de compra de matérias-primas e a inflação ficou em patamares menores do que em 2015, quando o setor apurou queda real de 9%. No entanto, a indústria segue pressionada pelo elevado desemprego e pelo aumento da carga de impostos, diz João Carlos Basílio, presidente da Abihpec.
“Estamos mais otimistas quanto a 2017. Ainda assim, no aguardo da votação da reforma da Previdência. É uma questão de controlar as contas públicas para ter estabilidade econômica e equilíbrio da inflação”, diz Basílio. “Esperamos retomar o crescimento, mas tudo está muito condicionado.”
O banco UBS aposta na retomada do crescimento do volume de vendas da Natura em 2017, mas considera cedo para esperar a estabilização na participação de mercado neste ano.
A Avon avançou 0,2 ponto percentual na comparação anual, para uma fatia 6%, na sexta posição do setor. O grupo optou por reajustar itens de maior valor, como perfumaria, mas manter preços acessíveis em cuidado pessoal (xampus e sabonetes), e fez investimento em publicidade e inovação.
A Coty ampliou sua participação de 0,5% para 4,3% em um ano, impulsionada por aquisições – suas vendas aumentaram em mais de sete vezes, para R$ 4,38 bilhões.
A Unilever, das marcas Dove, TRESsemé e Seda, manteve sua fatia estável em 12,6%.
Fonte: Valor Econômico