A Natura vai acelerar neste semestre a abertura de lojas próprias em shopping centers no país. Segundo João Paulo Ferreira, presidente da empresa de vendas diretas, serão inauguradas dez unidades, que serão somadas às 20 existentes. A estratégia é diversificar os canais de distribuição de seus produtos e complementar a experiência de compra dos consumidores.
“Seguiremos com a expansão do formato de varejo e com as ‘franquias’ para nossas empreendedoras”, afirmou o executivo em teleconferência com jornalistas sobre o balanço do segundo trimestre. A empresa está autorizando suas melhores consultoras a abrirem lojas de rua e em galerias para vender exclusivamente produtos da marca. Já são 90 unidades nesse modelo, chamado “Aqui tem Natura”. Perguntado se pretende franquear as lojas de shopping, Ferreira respondeu que não tem a intenção e está aprendendo bastante com a operação própria.
O executivo lembrou que as marcas Aesop e The Body Shop, controladas da Natura &Co, possuem franquias e lojas próprias, sendo que são mais de 200 unidades próprias da primeira, enquanto a rede britânica tem mais de 3 mil pontos no mundo. A Natura tem unidades na França, Estados Unidos, Argentina e Chile.
Ontem, a companhia reportou queda de 80,5% no lucro líquido consolidado do segundo trimestre de 2018, para R$ 31,8 milhões. O resultado foi impactado por despesas financeiras e pelos custos de transformação da The Body Shop, cuja aquisição foi concluída em setembro de 2017. Excluindo esses efeitos, o lucro operacional ajustado teria sido de R$ 230,5 milhões, alta de 9,4%.
De abril a junho, a receita líquida consolidada da Natura &Co alcançou R$ 3,1 bilhões, crescimento de 53%. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebtida, na sigla em inglês) ajustado somou R$ 371,9 milhões, valor 24,5% maior. Sem o ajuste, o Ebitda teria totalizado R$ 334,4 milhões, alta de 12% em base anual.
Considerando a receita líquida por operação no trimestre, a Natura obteve R$ 2,057 bilhões, aumento de 9,8%, sendo que a produtividade cresceu 24,1%. A The Body Shop teve receita de R$ 806,7 milhões, queda de 1,1%, em moeda constante. A Aesop teve alta de 55,2%, para R$ 235,5 milhões.
Ferreira afirmou que não observa mudança relevante no cenário de consumo no país durante o terceiro trimestre.
Fonte: Valor Econômico