Loja em São Paulo faz parte da transformação das lojas próprias da fabricante brasileira, para oferecer mais experimentação e impulsionar venda direta
A Natura irá inaugurar uma loja física conceito com toques de arte e foco em experiências imersivas. A novidade faz parte da estratégia da marca de oferecer mais experiências imersivas aos consumidores, ao mesmo tempo em que fortalece o trabalho das consultoras de venda direta.
A unidade está localizada na Rua Oscar Freire, em São Paulo, berço da fabricante de cosméticos brasileira. A Natura foi criada em 1969, quando Luiz Seabra fundou a Indústria e Comércio de Cosméticos Berjeaut. Meses depois, a empresa passa a se chamar Natura e, em 1970, abriu uma loja em São Paulo, na rua que hoje concentra lojas de grife e espaços que servem como vitrine de grandes marcas.
Seabra atendia pessoalmente as clientes na unidade física, há 50 anos. A venda por relacionamento, através das consultoras, foi instituída em 1974. Depois disso, a primeira loja física da companhia foi aberta apenas em 2016.
O objetivo da nova loja conceito é trazer outras experiências para os consumidores, além da compra de produtos. Um dos principais atrativos da loja é um dispositivo para experimentação de cheiros, fragrâncias e que ajuda os consumidores a escolher um perfume. Óculos virtuais também simulam uma imersão na Amazônia, para presenciar como a empresa faz a extração de alguns ativos e ingredientes para seus cosméticos. “Buscamos ter transparência em toda a cadeia produtiva e essas experiências incentivam isso”, diz Paula Andrade, vice-presidente de varejo da empresa.
Essa loja faz parte da transformação das lojas próprias da fabricante brasileira, para oferecer mais experimentação. A Natura tem 61 lojas próprias, 24 delas no novo formato. Além disso, são quase 500 lojas Aqui tem Natura, franquias das próprias consultoras.
Canais de venda e de relacionamento
As lojas físicas voltam a ganhar importância para a marca de cosméticos, já que para a empresa as unidades físicas impulsionam o trabalho das consultoras, que ainda representam a maior parte das vendas.
“O varejo físico é uma porta de entrada para consumidores que não conhecem a marca. Mas incentivamos que a recorrência de compra e a reposição de produtos seja feita pela venda por relação”, diz Andrade. A loja não tem todo o portfólio de produtos, por exemplo, que pode ser encomendado pela internet para que o consumidor receba em casa ou retire na loja.
A empresa não abre a participação de cada canal no total das vendas. Na América Latina, a receita líquida da empresa foi de 14,2 bilhões de reais nos nove primeiros meses do ano, alta de 5,1% – além da marca Natura, esse valor também inclui as vendas da Avon na região. Já o faturamento do grupo, que também controla as marcas Aesop e The Body Shop, foi de 24,9 bilhões de reais nos primeiros três trimestres do ano, crescimento de 7%.
Fonte: Exame