Depois de 13 anos patrocinando projetos de artistas e festivais de música, a Natura dará neste ano um passo à frente em sua estratégia. Vai ajudar a gerenciar as carreiras dos cantores que integram o programa Natura Musical.
No período de 2005 e 2016, a empresa investiu pouco mais de R$ 123 milhões nesta área, sendo 59% de recursos próprios, e o restante via incentivos, como os oferecidos pela Lei Rouanet.
Entre os 21 artistas selecionados por um edital da companhia, estão Ava Rocha, Liniker e os Caramelows, Jards Macalé, Luedji Luna e Julia Branco. Todos possuem suas devidas equipes, mas terão o suporte da Natura, via programa Natura Musical. A empresa apoiará, por exemplo, produção de shows e participação em festivais. A empresa também poderá usar os trabalhos dos cantores em filmes publicitários.
A proposta é impulsionar artistas que não integram o “mainstream” da indústria, aproveitando as lacunas deixadas pelas gravadoras. Neste ano, 12 festivais de música terão o apoio da Natura. Ao todo, o edital aberto no segundo semestre de 2017 recebeu 1,6 mil inscrições, que passaram por uma curadoria formada por 18 profissionais independentes.
“Queremos atuar como uma aceleradora para ajudar esses nomes da música brasileira a atraírem outros públicos. Vamos oferecer um diagnóstico das carreiras em parceria com alguns produtores musicais que integram o programa”, diz Fernanda Paiva, gerente de marketing institucional da Natura.
Nos anos anteriores, o Natura Musical já patrocinou artistas como Elza Soares, Xênia França, Filipe Catto, Johnny Hooker e Tulipa Ruiz. O retorno dessa estratégia de marketing é considerado satisfatório pela gerente de marketing.
“A música tem muita relação com a sinestesia criada pela marca Natura nos consumidores. Esses artistas têm capacidade de mobilizar o público”, afirmou a gestora. No ano passado, a fabricante inaugurou a Casa Natura Musical, em São Paulo. O estabelecimento tem como sócios os empresários Edgard Radesca, Paulinho Rosa e a cantora Vanessa da Mata.
Na entrada da casa de shows existe uma loja Natura, onde o público pode testar produtos e comprá-los com consultoras no local. Neste Carnaval, por exemplo, o destaque é uma linha de maquiagem com purpurina, lançada em janeiro. Fernanda comentou que 50% do público que frequenta a casa pretende aumentar as compras ou diversificar a cesta de produtos. Fatia de 74% avalia que o patrocínio cultural melhora a avaliação da companhia.
Bebidas
No setor de bebidas, a Red Bull mantém desde 2013 um projeto que fomenta a gravação de álbuns de diversos artistas da música brasileira. Elza Soares está gravando seu 33º álbum, a ser lançado em abril, em estúdio da Red Bull, na cidade de São Paulo. A companhia não revela quanto investiu neste projeto batizado de Red Bull Station, cuja estrutura também já foi usada por artistas como Emicida e as bandas Metá Metá e Nação Zumbi.
Durante o primeiro semestre deste ano, o Red Bull Station realizará a terceira edição do “Pulso”, projeto com duração de quatro semanas que promove encontro de produtores e curadores veteranos com jovens músicos. A proposta é identificar as oportunidades e os desafios da música independente no Brasil.
Outra iniciativa nessa área é feita pela Pernod Ricard com o uísque Ballantine’s. Foi fechada neste ano uma parceria da marca de destilado para a produção de vídeo com o rapper Marcelo D2 abordando a importância em manter-se legítimo em projetos musicais. A campanha integra uma estratégia global da marca que existe desde 2014 e tem o objetivo de fornecer suporte para “artistas autênticos”, informou a empresa. É a primeira vez que um artista brasileiro participa desse programa da Pernod Ricard.
Fonte: Valor Econômico