A Natura acredita que há espaço para expandir o negócio da rede The Body Shop na América Latina e também para explorar o canal de venda direta com essa marca, segundo afirmou o vice-presidente Internacional da companhia, Robert Chatwin. Em teleconferência com analistas e investidores, o executivo considerou que essas seriam oportunidades de crescimento a médio prazo para o negócio, cuja aquisição a Natura espera finalizar ainda este ano.
De acordo com o executivo, menos de 3% da operação da The Body Shop está na venda direta, modelo hoje explorado no Reino Unido e na Austrália apenas.
Analistas vinham demonstrando preocupação com a piora das margens da The Body Shop nos últimos anos, mas o executivo afirmou que ao menos 75% das receitas da companhia são oriundas de operações que hoje estão em boa saúde financeira. De acordo com ele, 25% do negócio está em países onde seria necessária uma reestruturação.
A Natura anunciou que pretende comprar 100% das ações da The Body Shop International e seu grupo de subsidiárias, com fechamento da operação ainda em 2017. A oferta vinculante foi apresentada para a L’Óreal em Paris e considera o valor (enterprise value) de 1 bilhão de euros.
Chatwin mencionou estudos realizados junto com consultorias os quais identificaram potencial para que a The Body Shop esteja presente em 150 cidades. Hoje, são 100 endereços em que a empresa tem presença no mundo. A maioria das cidades com potencial para receber lojas e onde a marca ainda não atua fica na China.
Segundo Chatwin, a companhia espera ainda se beneficiar de um modelo que misture vários canais de venda. A The Body Shop atua no modelo de franquias e ele considerou que há em alguns locais os chamados “masterfranqueados”, que são empreendedores responsáveis por todas as lojas em alguns países. Segundo o executivo, há potencial para trabalhar com esses empreendedores as marcas Natura e Aesop, já que elas não estão presentes em muitos desses países.
A compra da The Body Shop fará ainda com que ao menos metade do negócio da Natura esteja fora do Brasil. Ainda de acordo com Chatwin, ao menos 25% das receitas passaram a vir de países de moeda considerada forte.
Fonte: Estadão