A Natura avalia aproveitar os diferentes tipos de varejo em que atua hoje para vender mais de uma marca da companhia. “Temos diferentes canais de distribuição em 70 geografias. Existe potencial para fazer combinações. Canais de distribuição, como a venda direta, com Body Shop, ou o varejo, com a Natura, em países diferentes. Nós vamos precisar trabalhar um pouquinho para aperfeiçoar as nossas teses”, afirmou João Paulo Ferreira, presidente da Natura.
A Natura é dona da australiana Aesop, adquirida em 2013, e da The Body Shop, adquirida em agosto, por R$ 3,7 bilhões. A compra da varejista britânica, que pertencia à L’Oréal, já foi aprovada por órgãos regulatórios americanos e brasileiros. Ferreira disse que espera concluir o negócio em poucos dias. “Espero fechar muito em breve, mas não quero estragar a surpresa”, afirmou o executivo.
De acordo com Ferreira, a Natura fez um plano de negócios para The Body Shop durante a fase de auditoria legal (‘due diligence’). “Vamos refinar esse plano de negócios, resgatar as raízes da marca. E depois, progressivamente, vamos criar esse espírito de grupo”, disse o executivo.
A Natura inaugurou ontem sua nova sede administrativa e um centro de distribuição, na zona oeste da capital paulista. A sede abriga 1,6 mil pessoas. O centro de distribuição tem capacidade para separar 50 mil pedidos por dia. A companhia possui 9 centros de distribuição no país e 5 no restante da América Latina, além de duas fábricas e três centros de pesquisa.
O complexo da Natura ocupa 65 mil metros quadrados de área construída. A companhia não divulga o valor investido. A RB Capital Anhanguera é dona do imóvel e foi responsável pela sua construção. A Natura fechou um contrato de 15 anos, renovável por mais 15 anos, para alugar as instalações.
Ferreira disse ainda que vê uma estabilização no número de consultoras. No segundo trimestre, a Natura registrou queda de 7% na força de vendas, para 1,2 milhão de pessoas no Brasil. No mundo, são 1,8 milhão. A companhia implanta, desde maio, um novo modelo de venda direta, que oferece às consultoras remuneração variável de acordo com a sua produtividade.
“Acredito mais em estabilização do que em queda daqui para frente”, disse Ferreira. Ele acrescentou que houve uma renovação no quadro de consultoras e as vendas por revendedora vêm crescendo. A Natura fechou o segundo trimestre com receita estável de R$ 2,025 bilhões, e alta de 79,8% no lucro líquido, para R$ 163,5 milhões.
Fonte: Valor Econômico