Natura, Grupo Boticário e Itaú Unibanco são os líderes, pelo segundo ano consecutivo, do ranking das empresas com melhor reputação em responsabilidade e governança corporativa no Brasil, segundo avaliação de executivos, especialistas e público em geral.
Ao todo, o levantamento reúne 100 companhias e é realizado pela espanhola Merco, que realiza o ranking no país há cinco edições e pela primeira vez faz a divulgação pública, com exclusividade ao Valor, dos dados referentes a 2018.
A Ambev subiu de nono em 2017 para o quarto lugar em 2018. O Bradesco foi outra companhia que evoluiu, de 22º para a nona colocação, assim como a Toyota, que passou de 27º para 10º.
Já Google, Nestlé, Unilever e Johnson & Johnson perderam posições, mas mantiveram-se entre as dez primeiras.
A diretora geral da Merco Brasil, Lylian Brandão, explica que diversas variáveis são analisadas para elaboração do ranking, como comportamento ético, transparência, boa governança, contribuição à comunidade e compromisso com o meio ambiente e mudanças climáticas.
“Uma das [variáveis] que mais impacta é a questão do meio ambiente e Natura e Boticário têm essa fortaleza”, disse, complementando: “É impressionante como cada vez mais os formadores de opinião têm a percepção do impacto no meio ambiente [das empresas] e suas consequências. É associado ao comportamento ético e transparência”.
Os formadores de opinião, mencionados por Lylian, são os 3.090 entrevistados para o ranking entre julho e dezembro de 2018. A metodologia incluiu cinco etapas, com diferentes grupos, partindo de diretores de empresas com faturamento superior a US$ 40 milhões e seguindo para especialistas em responsabilidade social corporativa, ONGs, sindicatos, jornalistas de economia, população em geral, entre outros.
Ela acrescenta ainda que recentes acontecimentos no Brasil, como a descoberta e investigação de casos de corrupção, levaram as empresas a ficarem mais atentas aos temas relacionados ao comportamento ético e, consequentemente, a ter melhores práticas de governança corporativa. “Há uma atenção bem maior em governança. Quando acontece uma crise, um problema em outra empresa, a companhia fica mais atenta e procura ter melhores práticas”, comentou.
O instituto de pesquisa no Brasil foi a Bridge e a revisão independente realizada pela KPMG. Os dados foram analisados na matriz na Espanha, onde a empresa existe desde 2001, além de estar presente também em Portugal, México, Colômbia, Chile, Peru, e outros países da América Latina. Por trás da Merco está a empresa de estudo de mercado, marketing e opinião Análisis e Investigación, de Madri.
Fora das dez primeiras, Alpargatas e Carrefour foram as empresas que mais posições subiram, sendo que a primeira foi do 46º para o 22º lugar. Já o Carrefour avançou de 64º para 40º.
O Facebook foi o responsável pela maior queda no ranking, ao perder 40 posições, de 26º para 66º lugar, sendo assim o principal exemplo do setor que mais recuou, o de tecnologia.
Além da empresa fundada por Mark Zuckerberg, o Google passou da quarta para quinta posição, Microsoft recuou da 11ª para 18ª, Netflix passou da 19ª para 26ª e a HP caiu de 29ª para 48ª.
A diretora da Merco não abriu os motivos para a queda do setor de tecnologia, já que, segundo ela, essa é uma informação detalhada do ranking que será vendido posteriormente para as companhias. A receita da empresa é obtida exatamente a partir da venda dos dados aprofundados para as companhias.
Fonte: Valor Econômico