Entre os setores do varejo alimentar mais atingidos pela crise, os atacadistas e distribuidores contam com a melhora da confiança do consumidor para fechar 2018 no azul. Com resultados de setembro ainda no campo negativo, a esperança é que a aproximação do fim do ano ajude a compensar os resultados mais tímidos do primeiro semestre.
De acordo com a pesquisa da Associação Brasileira de Atacadistas e Distribuidores de Produtos Industrializados (ABAD), no nono mês do ano o faturamento do setor teve queda real de 6,06% na comparação com agosto.
Quando avaliado o resultado de setembro deste ano, sobre um ano antes, a queda foi de 2,25%, também descontada a inflação. Na soma do ano, a retração fica na casa dos 3,6%, que apesar de alto, tem diminuído ao longo do segundo semestre. “Não é um ritmo forte de recuperação, mas começamos a ver a luz no fim do túnel nos últimos meses, impulsionado tanto pela base fraca de comparação quanto pelas festas de fim de ano, período que nos favorece”, diz o presidente da ABAD, Emerson Destro.
De acordo com ele, fatores que aumentam a incerteza do consumidor – como cenário econômico, político, desemprego e renda pressionada – moldam o comportamento do brasileiro e tornam mais difícil a recuperação.
A pesquisa, que é realizada pela Fundação Instituto de Administração (FIA), aponta para a possibilidade de um crescimento nominal (sem descontar a inflação do período) na casa de 1% em 2018, e abre caminho para que o setor consiga reagir junto com o País em 2019. “O novo governo terá um tempo de tolerância, aonde se espera que aprove medidas fundamentais para melhorar o ambiente de negócios. A recuperação da confiança do consumidor virá com o tempo”, disse ele, condicionando a fatores como inflação controlada, juros baixos e retomada do emprego como essenciais para que o cenário seja melhor no próximo ano. “É o que esperamos”, conclui.
Vem, Natal!Segundo o consultor Gustavo Ricci, o movimento melhor em bares e restaurantes vai ajudar os atacadistas. “Confraternizações de empresas, amigo secreto e outras festividades, vão ajudar os bares e restaurantes, que se abastecem no distribuidor”, disse ele.
Para o analista, a boa gestão de estoque e a variedade de packs promocionais serão os diferenciais para captar o pequeno varejista que tem buscado custo-benefício, principalmente, em itens de limpeza e descartáveis.
“O distribuidor precisa adotar as estratégias agressivas do atacarejo, e isso envolve usar a indústria na composição das promoções”, avalia ele.
Fonte: DCI