Estudo mostra que 38% dos consumidores planejam comprar menos neste fim de ano em relação a 2020
Por Agência EY
O brasileiro está cauteloso em relação às compras de fim de ano. Pesquisa realizada com consumidores em todo o país mostra que 38% dos entrevistados afirmam que irão gastar menos nas compras de fim de ano, enquanto 36% dizem que podem gastar mais do que no Natal de 2020. Apesar do otimismo em relação à pandemia com o avanço da vacinação, o país ainda enfrenta desafios como inflação e desemprego em alta.
Os números fazem parte do estudo EY Future Consumer Index 2021 (FCI), produzido pela EY-Parthenon. O levantamento foi realizado no segundo semestre deste ano, com base em entrevistas feitas em 21 países. No Brasil foram ouvidos 1.022 consumidores, entre homens e mulheres de todas as classes sociais e em diversas regiões.
De acordo com o FCI, a pandemia também acelerou algumas tendências que já eram verificadas entre os consumidores. Mais de 60% dos entrevistados preferem fazer suas compras por meios digitais, enquanto 28% afirmam que pretendem fazer suas compras tanto em lojas físicas como virtuais. O aumento das compras on-line, porém, resultou em mais problemas e desafios para as empresas: 33% dos entrevistados no Brasil desaprovam o valor da taxa de entrega.
Além disso, 28% dos brasileiros que fizeram compras pela internet reclamam de danos provocados no transporte dos produtos. Para se ter uma ideia, nos Estados Unidos é um problema citado por 16% dos compradores. Em nível global, os consumidores também estão mais preocupados com o impacto ambiental e social que suas ações podem gerar e buscam produtos de maior durabilidade e qualidade. Mais da metade – 52% – está disposta a pagar a mais por produtos que tenham alta qualidade.
“O estudo nos mostrou que 65% dos entrevistados estão prestando mais atenção ao impacto social que os produtos e serviços que consomem causam à sociedade. As pessoas não se importam mais apenas com o produto, mas o que ele pode agregar ao meio ambiente e à sociedade”, diz Sérgio Menezes, sócio de Transações Corporativas da EY-Parthenon.
Segundo o consultor, diante dos resultados da pesquisa, as empresas de varejo devem estar atentas e preparadas no dia a dia de suas operações para eventuais mudanças e atender melhor os anseios do consumidor. “É necessário facilitar a presença dos clientes nos canais físico e digital, investir em dados e tecnologias, desenvolver um outro olhar sobre as festas de fim de ano e criar um modelo de negócios focado em melhores experiências, e não em um maior volume de vendas”, explica Menezes.
“As pessoas querem voltar a ter uma vida normal, mas agora dando maior importância à qualidade dos produtos e suas experiências, com especial atenção ao futuro do planeta”, diz Cristiane Amaral, sócia e líder para o setor de Consumo, Produtos e Varejo da EY na América Latina.
As vendas registradas na Black Friday 2021 também podem servir como termômetro para o fim do ano. Apesar do faturamento do comércio eletrônico ter somado R$ 5,4 bilhões entre quinta-feira (25/11) e sexta-feira (26/11) – aumento de 5,8% em relação à campanha de 2020 – o volume de pedidos, porém, ficou 0,5% abaixo do visto na Black Friday de 2020, somando 7,6 milhões de encomendas. Os dados são da empresa de análises Neotrust.
“Questões como a inflação e os juros altos influenciaram e as empresas não conseguiram dar tantos descontos este ano”, explica Frederico Mascarenhas, consultor da EY-Parthenon. Segundo ele, também houve venda expressiva de produtos mais baratos e mais fáceis de serem transportados, como itens de casa e decoração. “Esse cenário deve se repetir nas vendas do Natal”, diz Mascarenhas.
Outra pesquisa divulgada recentemente, feita pela startup francesa Mirakl, fornecedora de software como serviço para marketplaces, mostra que, mesmo quando a pandemia passar, 94% dos consumidores pretendem continuar ou aumentar suas compras on-line. Os números fazem parte do levantamento “Holiday Shopping Snapshot por Mirakl”, divulgado pela startup em novembro e feito com 9 mil entrevistados distribuídos por diversos países como Alemanha, Austrália, Brasil, Cingapura, Espanha, Estados Unidos, França, Itália e Reino Unido.
Fonte: EY