Por Daniela Braun | A varejista GPA mantém sua estratégia de expansão de lojas, enquanto trabalha em um plano de corte de despesas recorrentes, venda de ativos e redução do custo da dívida líquida.
“Não estamos no jogo de abertura de lojas por números”, disse Marcelo Pimentel, presidente da companhia, em teleconferência com analistas sobre o balanço da empresa no terceiro trimestre. “Temos um comitê que avalia cada expansão, e o processo é rigoroso”, completou.
No quarto trimestre, a rede deve inaugurar ainda mais uma loja maior, da bandeira Pão de Açúcar, mas o foco está nas lojas menores, de proximidade, da bandeira Minuto Pão de Açúcar, na cidade de São Paulo, sinalizou
Entre julho e setembro, o GPA abriu 20 lojas, sendo 18 de menor porte (17 da bandeira Minuto e uma Mini Extra), em contratos de locação, e duas lojas maiores, em Atibaia e Sorocaba, no interior de São Paulo.
“A loja de Atibaia já alcançou a meta do fim do ano”, disse Pimentel sobre a loja inaugurada no fim de agosto no modelo “built to suit” em que um investidor arca com a construção do zero da loja e o GPA aluga o espaço.
Revisão de sortimento
Após ter reajustado o sortimento de produtos das lojas Pão de Açúcar, agora o grupo parte para a revisão das lojas menores, disse Pimentel a analistas.
“Devemos ver melhora acentuada nas lojas Minuto Pão de Açúcar e Mini Extra após a revisão de sortimento”, projetou o executivo. A expectativa, segundo ele, é encerrar a revisão no primeiro trimestre de 2024.
Com a gestão de categorias de produtos nas lojas, as redes devem ganhar de dois a três dias em giro de estoque, disse o presidente do GPA.
A revisão da rede também passa pela redução de rupturas de estoque, especialmente fora do eixo Rio-São Paulo. “O desafio é melhorar a ruptura de estoque no Nordeste”, indicou Pimentel.
Deflação de alimentos
A revisão na rede Pão de Açúcar, segundo Pimentel, ajudou a empresa a mitigar os efeitos da deflação de alimentos dos últimos meses. O perfil dos clientes de renda mais elevada nas redes Pão de Açúcar e nas lojas menores também ajudou.
“Apesar dos desafios, principalmente da deflação [de alimentos], temos uma rede resiliente”, comentou Pimentel. “A penetração de commodities é menor no GPA do que no varejo ‘mainstream’”, completou o executivo.
Primentel previu que a deflação de alimentos que compõem a cesta básica perdure até o primeiro trimestre de 2024 e disse ter observado uma leve recuperação na categoria de açougue.
Fonte: Valor Econômico