Por Cristian Favaro | O presidente da Petz, Sergio Zimerman, defendeu uma mudança de comportamento da empresa na briga por participação de mercado com grandes marketplaces que estão entrando no mercado nacional. A disputa acabou por minar a rentabilidade do grupo no terceiro trimestre e deve dar lugar a uma postura mais equilibrada.
“Não faremos qualquer coisa por conta da dinâmica competitiva. Estamos atentos, estamos olhando, mas estamos com equilíbrio necessário para proteger nossos investimentos e nossa rentabilidade”, disse, em teleconferência com analistas nesta sexta-feira.
A empresa fechou o terceiro trimestre com um lucro líquido de R$ 14,7 milhões, queda de 52% na comparação anual. A margem bruta foi de 38,2%, recuo de 2 pontos percentuais no ano diante da maior disputa por preço.
“(Esperávamos) terceiro trimestre com margem sacrificada e crescimento expressivo, e fenômeno não aconteceu. Não vamos ficar o quarto trimestre ou ano que vem insistindo em modelo que não é o momento de se fazer”, disse.
O executivo destacou que agora não é hora de gastar combustível para ter poucos resultados. “Em tempos de mercado arrefecido, a gente protege uma operação saudável. Época de juros alto, a gente protege caixa”, disse.
Questionado sobre a dinâmica competitiva do mercado, Zimerman disse que o grupo olhou o que aconteceu em outros lugares do mundo para rever a trajetória por aqui. “Pensamos muito sobre o avanço dessas grandes plataformas. Procuramos ver o que aconteceu em outros lugares. Eles vão ganhar espaço e ‘share’ [participação] e tudo bem. A gente percebe que esse avanço de share tem muita probabilidade de acontecer contra os pequenos (que apenas operam no varejo físico), justamente porque esse tipo de plataforma vai capturar cliente de redes menores que não conseguiram entrar no mundo digital”, disse.
“O grande aprendizado é que a gente não precisa evitar o crescimento deles [plataformas entrantes]”, disse.
A revisão de estratégia diante de um cenário mais fraco para o consumo e com taxa de juros ainda elevada tende a influenciar também na abertura de lojas. O foco agora, disse, é mais no espalhamento de lojas do que no adensamento.
Sobre velocidade de expansão, disse que para 2024 a faixa de 30 a 40 lojas deve ser mantido (embora ainda não tenha sido fechado), mas que o realizado deverá ficar mais próximo do piso da estimativa. “O teto de abertura de lojas em 2024 deve ser de 30”.
Fonte: Valor Econômico