Por Carolina Marino | Desde a sua origem, há 55 anos, é conhecida a vocação da Natura para o socioambiental correto. A empresa hoje não está acomodada na tradição, ainda mais com a urgência exigida pela crise climática. A pressa atropela compromissos assumidos pelas empresas nos últimos anos. “É fundamental olhar para dentro, ter humildade para rever rotas e adquirir uma mentalidade de colaboração para acelerar, por exemplo, as metas estabelecidas para 2050, pois talvez não dê tempo de esperar”, dia Ana Costa, vice-presidente de reputação, sustentabilidade, jurídico e corporate affairs Latam da companhia.
Na Natura, há entendimento permanente de ter ambições mais ousadas. Por isso, em 2023, além de atualizar os objetivos da Visão 2030, também conhecida como Compromisso com a Vida, a empresa decidiu colocar no centro da estratégia a regeneração. “Sustentabilidade, de sustentar ou manter, já não basta. É preciso curar, regenerar não só o meio ambiente, mas todo o tecido social, a relação entre as pessoas”, afirma Ana.
Para conseguir resultados, com prosperidade do negócio e do ecossistema, é fundamental unir o ambiental e o social. Daí, a Natura iniciou um novo ciclo de compromisso com pessoas e planeta. Vai de ações para combater mudanças climáticas e perda da biodiversidade até projetos voltados para a igualdade das condições de trabalho dentro e fora da companhia.
É preciso curar, regenerar não só o meio ambiente, mas todo o tecido social”
— Ana Costa
Nas duas frentes, ambiental e social, tem conseguido resultados importantes. Em 2023, 86,2% das embalagens eram recicláveis, reutilizáveis e compostáveis, próximo da meta de 100% em 2030. No ano, mais de 10,1 mil famílias foram impactadas positivamente pelo programa Natura Amazônia. Um total de 44 comunidades agroextrativistas e fornecedoras recebeu R$ 46 milhões. A empresa garantiu a igualdade salarial entre homens e mulheres e atingiu 100% da meta de salário digno para os colaboradores em mais de 53 países. Fora isso, a metodologia IP&L (Integrated Profit & Loss) confirmou que, para cada R$ 1 de receita, os negócios da Natura, incluindo operações integradas com a Avon América Latina em 2023, resultaram em R$ 2,7 de impacto socioambiental positivo.
Na parte de produtos, a empresa lançou, no final de 2023, o Natura EKOS Hidratante Concentrado de Castanha, com característica inédita no mundo: ao se misturar com a água, se transforma em creme corporal. Desenvolvido inteiramente pelo time de P&D da companhia, é resultado de três anos de estudos, prospecção de ingredientes e avaliações físico-químicas, sensoriais e de eficácia. Além da inovação na fórmula, o produto também levou em conta a circularidade. O frasco do refil, feito 100% com plástico retirado dos rios da Amazônia, é reutilizável. Há, além disso, há redução de 81% no uso de material plástico em relação ao refil convencional, com diminuição de 55% de resíduos e, assim, de emissões de carbono.
Inovação aberta e parcerias ajudam a alcançar os propósitos socioambientais. Em 2023, a Natura lançou o “Programando Meu Futuro”, com a startup New School. Tem o objetivo de criar oportunidade de emprego para os filhos e filhas das consultoras de todo o país por meio da capacitação na área tecnológica. A primeira turma teve mais de 13 mil inscritos e contemplou 3,2 mil pessoas, na maioria pretas ou pardas, entre 18 e 25 anos.
“A Natura tem compromissos bem claros, mas quando olhamos o que ocorre, como a tragédia no Rio Grande do Sul e a seca no Amazonas, é fundamental atuar em colaboração – e esse é o grande desafio”, afirma
Fonte: Valor Econômico