A gestora de shopping centers de alto padrão Multiplan enxerga um horizonte melhor para os negócios em 2017, com possibilidade de novos investimentos, após um 2016 difícil, afirmou nesta sexta-feira o presidente da empresa, José Isaac Peres.
Em teleconferência sobre os resultados do quarto trimestre e de 2016, o executivo destacou que as vendas no primeiro bimestre deste ano já sinalizam crescimento em torno de 4 por cento. “Janeiro e fevereiro são dois meses críticos, mas os sinais são positivos”, disse.
Na véspera, a Multiplan anunciou queda de cerca de 38 por cento no lucro líquido do quarto trimestre ante igual período de 2015 por causa do aumento das despesas decorrente de expansões feitas pelo grupo.
Às 13:13, as ações da companhia subiam 1,24 por cento, a 65,48 reais, enquanto o Ibovespa tinha acréscimo de 0,3 por cento.
De acordo com o diretor vice-presidente e de Relações com Investidores, Armando d’Almeida Neto, a Multiplan deve priorizar qualidade, e não quantidade, em sua estratégia de investimentos para 2017.
No ano passado, a Multiplan desembolsou 952,1 milhões de reais com aquisições e expansão de empreendimentos. Conforme material de divulgação do balanço, foi o maior investimento (capex) dos últimos quatro anos e o segundo maior desde a abertura de capital.
Neto acrescentou que a Multiplan não precisa aumentar seu endividamento para desenvolver os projetos em andamento, embora o atual cenário de juros mais baixos abra espaço para a empresa operar mais alavancada.
Ao fim de dezembro, a companhia apurou uma relação dívida líquida sobre Ebitda de 3,04 vezes, maior que a de 2,44 vezes observada no término de 2015, devido às aquisições minoritárias no BarraShopping e no MorumbiShopping.
Questionado sobre a remuneração aos acionistas, o presidente da Multiplan destacou que o pagamento de dividendos dependerá das oportunidades de investimento que surgirem no decorrer de 2017.
“Se amanhã houver um negócio fantástico, vamos pagar menos (dividendos) e fazer a aquisição que vai gerar rentabilidade maior no médio e longo prazos. Sempre procuramos manter equilíbrio entre o pagamento ao acionista e a valorização da companhia”, afirmou Peres.
Os dois executivos ressaltaram ainda que a perspectiva de queda de juro e estabilização da inflação deve contribuir para a redução da inadimplência entre os lojistas. “O primeiro trimestre sazonalmente é o pior, mas notamos capacidade grande de recuperar esses atrasos (no pagamento de aluguéis)”, disse Neto.
Em 2016, a inadimplência bruta alcançou 3,5 por cento da receita de locação, ante 1,9 por cento em 2015. Já a taxa de ocupação dos shopping centers recuou para 97,5 por cento, de 98,3 por cento no ano anterior.
Fonte: Extra