O intuito da rede de lojas de depilação a laser é crescer por meio de lojas próprias, segundo Paulo Morais, que anunciou ontem a renúncia à presidência
Por Raquel Brandão
A mudança no comando da Espaçolaser, rede de lojas de depilação a laser, não deve mudar a estratégia da empresa de obter crescimento por meio de lojas próprias, segundo Paulo Morais, que anunciou ontem a renúncia à presidência do empresa.
De acordo com Morais, a experiência de Paulo Camargo, ex-presidente da operação brasileira da Arcos Dorados, master franqueadora da rede de fast food McDonald’s, ajudará a empresa a capturar “muito valor em termos de negócios e receitas”, mas não vai significará mudar o plano da empresa para maior composição de franquias no universo de lojas.
“A estratégia é traçada pelo conselho de administração a longo prazo”, disse, acrescentando que o maior número de abertura de franquias em 2022 se deve ao aumento no custo de capital e à “preocupação em manter a companhia saudável”.
A empresa encerrou o primeiro trimestre de 2022 com 750 lojas, sendo apenas 145 franquias. A alavancagem, ou seja, a relação entre dívida e Ebitda (sigla em inglês para lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ficou em 2,2 vezes, excluindo efeito contábil das empresas adquiridas, como grupos de franquias que foram comprados com recursos da abertura de capital.
“A visão do conselho de forma estratégica é de que o crescimento deve vir com lojas próprias. Paulo Camargo tem muita cultura e conhece franquias, mas na empresa em que ele estava a grande parte era de lojas próprias também. Não há razão para mudar [a estratégia]”, disse.
Ainda à frente das operações da Espaçolaser, Morais falou em teleconferência com analistas para dar mais detalhes sobre sua renúncia ao cargo e a escolha de Paulo Camargo. A escolha, disse ele, veio depois dos desafios da pandemia e de um momento de reflexão no fim de 2021.
A transição deve ser concluída em até 45 dias, mas começou a ser desenhada em dezembro, com a contratação de headhunters para a escolha de quem seria o novo executivo. Em sua fala, Morais agradeceu nominalmente Tallis Gomes, Ana Chaia, José Semenzat, membros do conselho de administração, e Julio Babecki, sócio do fundo L Catterton, que tem participação na empresa.
Sobre a futura gestão de Camargo, Morais afirmou que o executivo terá liberdade para promover mudanças na equipe de gestão, caso ache necessário. “Ele terá condição e liberdade para formar o time dele e, se ele entender que existe necessidade de melhorar algum setor, terá direito, condição e absoluta liberdade para fazer.”
Fonte: Valor Econômico