A Mondelez, dona das marcas Lacta, Trident e Oreo, vai expandir neste ano o projeto Adegas, que leva refrigeradores a supermercados de bairro no Nordeste. A companhia constatou que as vendas de seus chocolates Lacta, quando abrigados em geladeiras, entre 18 e 21ºC, crescem mais de 50% nessa região quente do país.
O projeto começou em 2012, com a instalação de 200 refrigeradores em lojas no Recife, em Salvador e Fortaleza. Atualmente, são cerca de 400 geladeiras funcionando em supermercados de sete capitais – além das três citadas, Aracajú, Maceió, Campina Grande e Natal entraram no programa.
Paula Siqueira, gerente de marketing comercial para Norte e Nordeste da Mondelez, diz que a expansão tem como foco cidades do interior da Bahia, de Pernambuco, Maranhão e Piauí. As geladeiras serão instaladas em supermercados de médio porte (cinco a nove caixas registradoras) que não têm sistema de refrigeração próprio.
“A região Nordeste tem verão praticamente o ano inteiro e nesse tipo de estabelecimento os produtos acabavam derretendo”, diz Paula. Nos supermercados onde as geladeiras foram colocadas, as vendas aumentaram 53% em 12 meses.
“Identificamos que os refrigeradores proporcionam um aumento de 53% nas vendas do portfólio vendido em supermercados, que antes só ofereciam a caixa de variedades e Bis”, diz Paula. Os refrigeradores, fabricados pela Metalfrio, têm capacidade para 101 litros. Com tamanho de 47 centímetros de largura por 1,46 metro de altura, são instalados na ponta da gôndola do supermercado para que a marca Lacta fique mais visível para os consumidores. A Mondelez começou expondo no refrigerador barras de 150 gramas e 20 gramas, mas, atualmente, coloca todo o portfólio de chocolates no equipamento.
A Mondelez decidiu que os investimentos neste programa serão 50% maiores do que em 2016. Paula estimou que os 400 pontos de venda com refrigeradores já representam metade do total de supermercados médios sem refrigeração do Nordeste. A meta da companhia no longo prazo é levar as geladeiras para 100% desse tipo de estabelecimento.
A companhia também desenvolve um projeto-piloto para instalação de minigeladeiras em mercados de pequeno porte (um caixa). “O Nordeste tem uma representatividade importante para a companhia. Com as ferramentas implementadas, a companhia tem conseguido ganhar espaço nesse mercado”, diz Paula. A Mondelez tem 26,4% das vendas na região Nordeste, segundo a gerente.
De acordo com dados da Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Cacau, Amendoim, Balas e Derivados (Abicab), o Nordeste é a região que menos consome chocolate no país, com média de 1,2 kg/ per capita por ano – a média nacional é de 2,5 kg. O Nordeste responde por 13% do consumo total de chocolates no Brasil, embora a região abrigue 30% da população nacional.
De acordo com dados da Euromonitor International, o mercado brasileiro de chocolates no ano passado caiu 8,3%, para 272,5 mil toneladas. Em receita, houve queda de 4,9%, para R$ 12,15 bilhões.
No Brasil, a Nestlé lidera a categoria, com 34,1% de participação nas vendas em receita, seguida pela Mondelez, com 29,9%. A Cacau Show é a terceira colocada, com 10,5% do mercado. A Ferrero, dona do bombom Ferrero Rocher, é a quarta, com 6,2%; e a Mars fica em quinto lugar, com 3,1% de participação.
A Mondelez não divulga dados de vendas no Brasil. No mundo, a companhia fechou o primeiro trimestre com lucro líquido de US$ 630 milhões, o que representa uma alta de 13,7% em relação ao mesmo período do ano passado. A receita recuou 0,6%, para US$ 6,414 bilhões. Na América Latina, o faturamento subiu 11,4%, para US$ 910 milhões.
Fonte: Valor Econômico