O setor de varejo de moda começa a ver sinais de recuperação nas vendas neste início de ano. A Associação Brasileira do Varejo Têxtil (Abvtex), que reúne as principais redes de moda do país, como C&A, Forever 21, Cia. Hering, Marisa, Inbrands, Renner, Restoque, Riachuelo e Zara (Inditex), informou que as empresas associadas tiveram uma surpresa positiva em janeiro.
“O Natal de 2016 foi ruim para o setor, mas a partir da segunda quinzena de janeiro as associadas viram uma pequena melhora em comparação a janeiro do ano passado”, afirmou Edmundo Lima, diretor-executivo da Abvtex.
Ele observou que as vendas das empresas foram melhores em janeiro principalmente devido ao movimento forte de liquidações, com descontos de 40 a 50% nos preços dos produtos. “Ao mesmo tempo, as redes fizeram descontos em menos produtos, em comparação com o ano passado, o que mostra uma melhora na gestão dos estoques”, disse o executivo.
Lima ponderou que as chuvas excessivas em algumas capitais afetaram o desempenho de vendas. Mas o calor e o Carnaval tardio tendem a contribuir para uma melhora no desempenho do setor.
Ainda assim, as redes de vestuário trabalham com perspectiva de estabilidade nas vendas no primeiro semestre como um todo, ante o primeiro semestre de 2016. “O desemprego ainda continua elevado e a inflação afeta o orçamento dos consumidores. Como fator adicional, a crise do funcionalismo público em alguns Estados afeta a renda das famílias”, afirmou Lima.
Joseph Giordano, analista do J.P. Morgan, ponderou em relatório que os desafios macroeconômicos devem persistir no primeiro semestre, sendo que o nível de desemprego deve se deteriorar, atingindo o pico no meio do ano, pressionando as vendas do varejo.
Os analistas da Bradesco Corretora, Renato Chanes e Aloisio Lemos, consideraram em relatório que os varejistas brasileiros atravessaram o pior momento em 2016 e o ciclo de afrouxamento monetário mais intenso e a maior desaceleração da inflação devem contribuir para a melhora nos resultados de boa parte das companhias ao longo do ano.
Fonte: Valor Econômico