Negócio físico representa 14% das vendas da varejista de móveis; empresa quer reativar plano de abertura das franquias Mobly Zip
Por Raquel Brandão
Criada como uma empresa on-line, a varejista de móveis e itens de decoração Mobly está revendo as estratégias para sustentar seu crescimento. A empresa diz que o varejo on-line sentiu o impacto, nos números do segundo trimestre, do comércio físico mais ativo do que um ano antes e decidiu aumentar sua exposição em lojas físicas.
“A partir do quarto trimestre vamos ver a rentabilidade voltando. O caminho é a aceleração das lojas físicas, que são extremamente rentáveis para a gente. Ao longo do quarto trimestre vamos terminar com a participação de lojas bem acima dos 14% atuais”, disse Victor Noda, presidente da companhia em teleconferência com analistas.
Entre os planos, está a reativação da estratégia de abertura de franquias, chamadas de Mobly Zip. No segundo semestre serão duas inaugurações do modelo, uma no terceiro trimestre e outra no quarto trimestre, ambas em São Paulo.
A perspectiva também é de ampliação da malha de megalojas e outlets. Em setembro a companhia entrega o outlet de Carapicuíba (SP) e projeta entregar três megalojas no quarto trimestre, todas também em São Paulo.
Os indicadores do segundo trimestre motivaram a empresa a repensar alguns planos. Em junho, as lojas físicas registraram crescimento de 39,4% nas vendas por metro quadrado. Em julho, primeiro mês do terceiro trimestre, a tendência permaneceu similar, de acordo com o executivo.
A empresa vem sentindo aumento de custos em alguns insumos como ferragem, espumas e madeiras. Mas Noda disse que isso não está sendo repassado ao preço final.
O aumento de estoques impactou a margem de lucro. No segundo trimestre a companhia viu seu estoque obsoleto crescer com o aumento de devoluções de produtos, especialmente os vendidos na Black Friday. De acordo com Noda, o fechamento de lojas entre março e abril pela segunda onda da pandemia também impactou os estoques, já que produtos ficaram parados não só nas lojas da Mobly quanto na de terceiros.
Fonte: Valor Econômico