A transformação digital mudou o comportamento do consumidor e os aplicativos mobile fazem parte deste novo cenário. As novas plataformas vêm trazendo possibilidades de consumo e ajudam a reforçar conceitos, como o de economia compartilhada. Em tempos de informação cada vez mais acessível e instabilidade econômica, os modelos de negócio que buscam oferecer consumo consciente e mobilidade vem caindo nas graças dos brasileiros.
Ao olhar as diversas oportunidades é perceptível o impacto que o digital possui. Os aplicativos mobile podem aumentar a produtividade dos colaboradores em até 34%, segundo um estudo feito pela Digital Strategy Consulting, encomendado pela Salesforce. Muitos dos funcionários das empresas entrevistadas disseram que essas ferramentas mudaram o seu comportamento como profissional. Essa melhoria na produtividade é gerada porque os APPs possibilitam uma maior colaboração e uma transparência maior nos processos.
Adaptar-se a essa nova era é fundamental para as empresas que buscam novas oportunidades de negócio. Entregar valor tornou-se ponto fundamental para aquelas que querem garantir permanência de mercado no futuro. A Blablacar é o exemplo de marca que vem integrando economia compartilhada e mobile. Criada como uma comunidade de caronas global presente em 22 países, ela busca conectar condutores que fazem viagens de longa distância a passageiros indo para o mesmo destino.
As pessoas podem viajar juntas e dividir os custos do trajeto. Cada passageiro faz uma contribuição justa pelo seu assento e o condutor não obtém lucro. “Somos uma plataforma que une algumas das principais tendências que é mobilidade, consumo consciente e redes sociais. Mais do que ser um App de caronas, atendemos a expectativa dos consumidores. Esse é um modelo de economia que vem se aperfeiçoando e conduzirá novos formatos de negócios”, conta Ricardo Leite, Country manager da BlablaCar, em entrevista ao Mundo do Marketing.
União de tendências
A ideia de criar a empresa surgiu no natal de 2003, quando o fundador Frédéric Mazzella, então estudante de Stanford em férias em Paris, queria visitar a família no interior da França. Ele não tinha carro e os trens estavam cheios. Sua irmã fez um longo desvio para pegá-lo e, no caminho, ele viu estradas cheias de carros com apenas um ocupante. Mazzella teve a ideia de criar uma solução que conectasse condutores e passageiros para a divisão de custos. Três anos depois a ideia saiu do papel e desde então vem crescendo. Já são 40 milhões de membros em 22 países. No Brasil, a ferramenta chegou em 2015 e de lá pra cá já foram criadas mais de 25 mil rotas para viagens intermunicipais e mais de um milhão de assentos foram compartilhados.
O sucesso se deve à população mais bem informada e aberta a testar novos modelos que ajudem a economizar tempo e dinheiro. “O fator financeiro não é o que mais pesa na decisão de economia compartilhada, mas certamente ajuda a tomar a decisão, principalmente pela questão que o Brasil está vivendo. Mesmo assim, anterior a essa crise já víamos movimentos de busca por conscientização dos gastos, o que envolve um amadurecimento do consumidor”, conta Ricardo.
Com a transformação digital em pauta, os aplicativos foram considerados o principal pilar de sustentação da vantagem competitiva das empresas, pois permitem disponibilizar no mercado produtos e serviços extremamente inovadores. “Tudo que esteja na mão do consumidor tende a ganhar força e os smartphones permitiram o aumento desse poder. Ideias inovadoras ganham mais relevância quando pensam em unir diferentes benefícios colocando o usuário no centro deles”, afirma.
Desafios
O Mobile Marketing é o termo que define as estratégias de Marketing digital utilizadas em dispositivos móveis – principalmente, smartphones. Os dispositivos móveis foram responsáveis por mais de 50% das buscas realizadas no último ano, segundo dados do Google. Já a economia colaborativa ainda possui oportunidades para investimento no Brasil, o que mostra que as duas soluções juntas podem fomentar negócios valiosos.
Pouco mais da metade da população brasileira (52%) já ouviu falar sobre “economia colaborativa”. Dentro desse universo, a região Sudeste se destaca como a que tem os cidadãos mais informados sobre o tema (54%), enquanto o Norte é o que menos possui referências sobre o assunto. Quando a analise é realizada por classes sociais, a classe A é que mostra mais conhecimento sobre economia compartilhada, segundo pesquisa da Reds.
Além disso, o Brasil possui um território muito mais amplo para a Blablacar do que outros em que atua, o que acaba oferecendo novas lições. “A economia colaborativa é um modelo antigo, mas associada ao mobile, então ela ganha uma nova chance de crescimento por aqui. Mesmo que o cenário brasileiro aparente uma insegurança, nossos cadastrados têm como ser avaliados, o que garante que estejam pessoas confiáveis em rota. Óbvio que existem casos no mundo que acabam fragilizando a imagem de empresas, mas é algo tão pontual que não deveria ser colocado como um desafio a esse conceito – ainda que o país não seja um dos mais seguros”, conta Ricardo Leite.
Fonte: Mundo do Marketing