O Mercado Livre entrou no e-commerce de alimentos em abril deste ano, respaldada por mais de 52 milhões de usuários mês. De lá para cá, já são 30 mil SKUs de supermercados comercializados. Metade é do próprio Mercado Livre e metade dos parceiros do marketplace. Algumas categorias registraram avanços exponenciais.
Para entender a entrada do Mercado Livre no segmento de alimentos, conversamos com Julia Rueff, diretora de marketplace. A seguir, você confere uma parte do que a executiva nos contou, mas, no portal da SA Varejo, há outras informações e detalhes sobre essa operação, que está em franco crescimento.
COMO SÃO AS PROMOÇÕES
“As negociações são feitas com o fabricante pela nossa área de compras, mas há casos em que disponibilizamos as ações para que os vendedores do marketplace possam participar. Muitas ofertas vêm também desses parceiros. Contudo, o modelo em que mais atuamos com eles é o de frete grátis, no qual subsidiamos a maior parte desse valor para ajudá-los.”
DIFERENCIAIS DO MERCADO LIVRE
“Somos uma empresa nativa digital. A nossa venda em plataformas móveis já representa 69% do total. Ter essa especialização é importante porque conseguimos oferecer ao consumidor sortimento que atende suas necessidades e serviços que fazem sentido para ele.”
ENTRADA NO SEGMENTO DE ALIMENTOS
“Nós somos líderes no e-commerce e víamos uma grande oportunidade em categorias de baixa penetração online. Por isso, o projeto estava claro para nós em relação aos caminhos que deveríamos seguir e ao fato de que seria uma curva lenta de crescimento na penetração desses produtos no digital. O que acontece é que a Covid-19 mudou os planos. Tivemos a entrada de 5 milhões de novos consumidores na América Latina em nossa plataforma e de 2,9 milhões de pessoas no Brasil. Além disso, constatamos alta na recorrência entre os que já faziam compras conosco, que passaram a adquirir produtos 2, 3, 4 vezes. Diante desse cenário, lançamos nosso supermercado, logo no início da pandemia, com navegação simples e intuitiva, e com mais de 30 mil produtos disponíveis, entre itens próprios e do nosso marketplace.”
MARGENS APERTADAS NO VAREJO FÍSICO
“O que nós observamos são categorias com diferentes margens. Algumas mais apertadas e outras maiores. Mas a nossa entrada no segmento não está tão associada à rentabilidade das categorias, mas, sim, ao que o consumidor quer encontrar. Se couber no P&L [Profit & Loss Statement, ou demonstração de resultados], é o consumidor quem vai decidir o que ele prefere. E o Mercado Livre está focado nas necessidades dele. Feito isso, é trabalhar para que as margens caibam na operação digital. As empresas que vendem online têm custos de publicidade a fim de atrair clientes para a plataforma, de operação, de depósito, de análise de fraudes e de risco. O e-commerce tem despesas atribuídas que são altas. Mas, em contrapartida, o varejista físico vive a questão da ruptura e, numa plataforma como a nossa, temos 11 milhões de vendedores [de todas as categorias e não apenas de itens de supermercados]. Se um não tiver o produto, o outro tem.”
3, 5 milhões de clientes compram itens de supermercados na plataforma
164% Alta nas vendas de alimentos e bebidas
300% Aumento nas vendas de itens de higiene e limpeza
Fonte: S.A. Varejo