Por Cibele Gandolpho | Trocar looks por likes? Sim, você não leu errado. O Mercado Livre lança a sua primeira loja de roupas, mas não é uma loja qualquer. No modelo proposto, que será montado em dois fins de semana, o pagamento é baseado 100% em criação de conteúdo digital – uma inovação no varejo.
A Creator Shop by Mercado Livre é uma iniciativa inédita que será realizada nos dias 7, 8, 14 e 15 de setembro, no Shopping Parque da Cidade, na Zona Sul de São Paulo, e permitirá ao público adquirir roupas em troca de publicações nas redes sociais.
Segundo o marketplace, a ação está alinhada com as crescentes demandas da Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010). Os produtos oferecidos na loja do Mercado Livre são de grandes marcas como Hering, Nike, Adidas, Morena Rosa, além de pequenas marcas locais.
Cesar Hiraoka, diretor de marketing do Mercado Livre, explica que a empresa está sempre em busca de maneiras criativas de se conectar com o público jovem. “A Creator Shop by Mercado Livre reflete essa missão, oferecendo uma experiência inusitada e interativa que valoriza a criação de conteúdo e celebra a diversidade e a amplitude do nosso portfólio de moda, além de nos aproximar dos nossos clientes”, afirma.
A nova loja temporária terá capacidade máxima para receber 120 pessoas por dia, exceto sábado, dia 14, que subirá para 240. Por conta da dinâmica da ativação, não será permitida a entrada de menores de 18 anos. Aos sábados, o horário de funcionamento será das 10h às 21h e, aos domingos e feriados, das 12h às 20h.
As peças escolhidas não poderão ser trocadas. Cada pessoa só poderá fazer uma compra por CPF na Creator Shop e, para isso, deverá apresentar documento com foto e assinar um termo de uso de imagem.
Os clientes poderão ainda escolher até três itens de moda, experimentá-los e, em seguida, criar o conteúdo em um dos três mini estúdios preparados dentro da loja. Depois, deve postá-lo nas suas redes sociais marcando #TemModaNoMeli e o perfil @MercadoLivreModa.
Cainã Meneses, CCO da agência JNTO, que desenvolveu o conceito da ativação, explica que a experiência vai além da moda. “Pensamos em cada detalhe para criar uma experiência única, uma oportunidade de expressão pessoal, onde cada visitante tem a chance de ser um criador de conteúdo e destacar sua personalidade e estilo pessoal.”
O projeto faz parte da estratégia do Mercado Livre de investimento na vertical de moda, que registra mais de 32 milhões de usuários navegando mensalmente pela seção. Ainda de olho nas preferências da Geração Z, o Mercado Livre anunciou recentemente a contratação do cantor e compositor Jão, como parceiro de novas ativações da marca, e da cantora Manu Gavassi, como Head Criativa de Moda. Isso evidencia o objetivo da marca de se conectar ainda mais com o público jovem.
O Diário do Comércio foi repercutir a novidade no mercado. Luiz Alberto Marinho, sócio-diretor da Gouvêa Malls, empresa da Gouvêa Ecosystem, acha a novidade do Mercado Livre muito interessante por diversos aspectos.
“Primeiro, porque convoca os próprios consumidores para comunicar que o site vende moda. Aliás, não apenas comunicar, mas quase que avalizar o canal, por meio de seus testemunhais. Segundo, porque remunera esses creators e influencers com produtos da própria plataforma, o que ainda gera um buzz adicional. Por fim, escolheram uma loja física, localizada em um shopping, para hospedar a ação, confirmando a tese de que lojas e shoppings seguem sendo importantes, até mesmo para o principal player de e-commerce no país”, comenta o consultor.
LOJAS POP-UPS
Lojas temporárias ou de varejo temporário – as chamadas pop-up – são estabelecimentos físicos abertos por um período determinado, com o objetivo de oferecer uma experiência de compra diferenciada.
Trata-se de uma estratégia de marketing bem utilizada pelas empresas porque são criadas com um conceito inovador que atrai pela novidade, são instaladas em locais estratégicos e movimentados, têm um investimento em visual merchandising e procuram criar uma experiência exclusiva para os clientes.
A Adidas, a Tiffany & Co. e a C&A são algumas marcas que já lançaram lojas pop-up. A Adidas, inclusive, apostou no conceito ao criar lojas temporárias em formato de caixa de sapato. A C&A criou vitrines compactas em locais de grande circulação. A Shein também apostou no modelo em São Paulo e no Rio de Janeiro nos últimos anos. A diferença da pop-up Creator Shop by Mercado Livre é exatamente a troca de looks por likes.
ESTUDO DE GERAÇÕES
Um estudo do Mercado Ads, unidade de negócios do próprio Mercado Livre, divulgado no início de agosto, analisou o comportamento das várias faixas etárias no e-commerce.
Os Millennials (nascidos entre 1985 e 1999) e a Geração X (entre 1965 e 1981) representam 79% da audiência, enquanto a Geração Z é o grupo que mais cresce com aumento de gastos (+48%).
No entanto, esses consumidores têm um gosto mais peculiar: gastam principalmente com celulares e itens tecnológicos. Já os Millennials representam mais da metade do faturamento do Mercado Livre, com destaque de compras de itens de construção e artigos para bebês, que cresceram 30%.
A Geração X gasta 60% a mais em música, filmes e seriados e tem ticket médio acima da média do Mercado Livre. Por fim, os Baby Boomers (nascidos entre 1946 e 1964) preferem eletrodomésticos e itens de casa, móveis e decoração, além de demonstrar um aumento de 60% em gastos com alimentos e bebidas em comparação com a média do Mercado Livre.
Especificamente no grupo de calçados, roupas e bolsas, foco da nova loja Creator Shop by Mercado Livre, o estudo revela que a plataforma registra 164 milhões de buscas mensais nesta categoria, sendo 30 milhões apenas sobre moda fitness.
Fonte: Diário do Comércio
