As redes regionais de varejo têm apresentado bons resultados com a expansão de seus mercados de vizinhança em grandes cidades.
“As pequenas têm ganhado relevância em relação às grandes no varejo alimentar. O principal motor é a abertura de lojas menores”, afirma Felipe Santa Rosa, executivo sênior da Nielsen.
Cerca de 22% dos domicílios brasileiros fizeram compras nas lojas de vizinhança —que têm como foco a oferta de produtos prontos para o consumo— no ano passado, segundo a consultoria.
Eram 13% em 2014. Ao todo, são cerca de 2.800 mercados de rede nesse formato no país. “Os menores têm visto nessa tendência de oferecer comida em lojas um espaço para se expandir”, diz o superintendente da Apas (associação dos supermercados paulistas), Carlos Correa.
A rede Hirota, que tem 15 lojas nesse formato em São Paulo, vai inaugurar ao menos mais dez neste ano.
“Esse modelo vai concentrar 64% dos nossos aportes e nos fez repensar a nossa cozinha central”, diz o gerente-geral da marca, Hélio Freddi. O espaço atual responsável por produzir alimentos para as unidades será triplicado.
O grupo MGB, das redes Giga e Mambo, também investe no formato. A empresa abriu uma loja no perfil neste ano e prevê pelo menos mais cinco, todas na Grande São Paulo.
“Buscamos pontos de alta densidade e que comportem receber 1.000 clientes por dia”, diz o CEO, Marcos Nassar.
De lojas novas
O grupo varejista MGB, que atua em São Paulo, vai investir R$ 75 milhões para abrir supermercados de suas bandeiras neste ano. Ao todo, são dez novas unidades da empresa.
A rede Petit Mambo, de mercados de vizinhança, é a que terá o maior número de inaugurações. Serão seis: uma delas, já aberta, em Barueri (SP), e cinco em São Paulo.
“Estamos no processo de escolha dos locais. Damos prioridade para bairros com melhor poder aquisitivo, com o foco para as classes A e B”, afirma o CEO, Marcos Nassar.
Cada estabelecimento demanda cerca de R$ 1 milhão para entrar em operação.
A companhia inaugurou em março uma unidade do atacado Giga, que representa 65% do seu faturamento.
Ainda em 2018 serão mais dois: em Osasco (SP), em modelo compacto, e em Guarulhos (SP), no tamanho tradicional.
O grupo vai abrir também um Mambo no bairro de Perdizes, na capital paulista, ainda neste semestre.
Com a expansão, a estimativa do grupo é crescer 25% em faturamento neste ano.
R$ 1,7 bilhão
foi o faturamento em 2017
2.800
é o total de funcionários
A rede Hirota, de pequenos e médios mercados, fará aporte de R$ 33 milhões em seu plano de expansão neste ano.
Os principais investimentos serão na abertura de unidades na Grande São Paulo e na reforma de sua cozinha industrial na capital.
Das 11 novas operações planejadas para este ano pela empresa, dez serão da modalidade de loja de vizinhança.
São locais menores e localizados em áreas com grande circulação de pessoas, segundo o gerente-geral da marca, Hélio Freddi. Cada uma emprega 12 pessoas.
A companhia abrirá uma unidade tradicional da rede no Morumbi, zona sul de São Paulo.
A cozinha, que tem 1.000 m² e produz 600 toneladas de alimentos ao ano, será reformulada.
“Já ocupamos toda a capacidade instalada, a ideia é pelo menos triplicar o tamanho da planta. Compramos novos equipamentos e aumentaremos o time, de 150 pessoas hoje”, diz o executivo.
R$ 410 milhões
foi a receita no ano passado
1.600
é o número de colaboradores
Fonte: Folha de São Paulo