Setor teve no início de 2021 o melhor desempenho dos últimos nove anos, com expansão de 12,3% no faturamento
Por Newton Guimarães
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) recém divulgou os resultados do comércio em janeiro de 2021, dimensionando o excelente desempenho das vendas de materiais de construção na abertura deste ano, mesmo sem o pagamento do auxílio emergencial.
Vamos analisar sob duas perspectivas: desempenhos comparativo janeiro de 2021 com dezembro de 2020 e comparativo janeiro de 2021 com janeiro de 2020.
Segundo a Pesquisa Mensal do Comércio do IBGE, na passagem de dezembro de 2020 para janeiro de 2021, as vendas do comércio de materiais de construção cresceram 0,3%, em volume de vendas (faturamento nominal deflacionado) e, 3,1% nominalmente (faturamento volume de vendas inflacionado).
Esse foi o melhor desempenho para o período desde o ano de 2017, quando na passagem de dezembro de 2016 para janeiro de 2017, as vendas de materiais de construção cresceram 3,2%, em volume de vendas, e 4,5%, nominalmente.
Porém, no início de 2017, o segmento vinha se recuperando de uma base baixa, já que o ano de 2016 foi o pior da série histórica iniciada em 2004, diferentemente de janeiro de 2021, cuja base já era alta.
Já, no comparativo janeiro de 2021 com janeiro de 2020, as vendas do comércio de materiais de construção cresceram 12,3%, em volume de vendas (segundo melhor desempenho entre as dez áreas de atividades comerciais monitoradas), e 30,4% nominalmente (disparadamente o melhor desempenho entre as dez áreas de atividades comerciais monitoradas).
Em volume de vendas, esse foi o melhor desempenho para o mesmo período desde o ano de 2012, quando no comparativo janeiro de 2012 com janeiro de 2011, o crescimento foi de 14,5%. Nominalmente, nunca houve nada parecido desde o início da série histórica, evidenciando também, a forte elevação dos preços no segmento (diferença percentual entre volume de vendas e nominal).
Diante da conjuntura alta do desemprego, queda da renda e baixa confiança dos consumidores em janeiro, mês inclusive, em que as medidas de isolamento social estavam flexibilizadas – com as pessoas permanecendo menos tempo em casa –, tal desempenho somente pode ser minimamente explicado pela continuidade e finalização das obras, reformas e melhorias iniciadas no ano de 2020, e sob efeito do residual das medidas de proteção social, como o auxílio emergencial.
Desta feita, muito provavelmente, o longo ciclo de compras dos materiais de construção, ao invés de se tornar uma barreira para as vendas, foi o grande potencializador do consumo no mês.
A Fundação de Dados é um sistema de inteligência de mercado especializado no consumo de materiais de construção, móveis e itens para o lar, que realiza pesquisas e estudos próprios, multiclientes e customizados.
Fonte: Fundação de Dados