O Grupo Martins tem investido fortemente no canal digital, com o objetivo de integrar as forças de vendas online e offline. Com exclusividade ao Jornal Giro News, Flávio Lúcio Martins, CEO do atacadista distribuidor, revela que os próximos projetos fazem parte de uma mudança estratégica de posicionamento. “Ao longo do tempo, estamos transformando nossa operação em uma companhia de tecnologia para distribuição, ofertando para os nossos clientes e fornecedores opções de compras através de todo formato de canal possível e podendo trazer, inclusive, os competidores para dentro das nossas plataformas online.” Este movimento possibilita a expansão do sortimento do marketplace, lançado no final de 2019, que já representa 51% do faturamento e, até o final de 2022, deve chegar a 70% de participação.
Ampliação de Serviços
A plataforma possui mais de 80 sellers e 25 mil SKUs à disposição de milhares de varejistas – em agosto, o Grupo bateu recorde mensal com atendimento de 125 mil clientes. “Queremos ampliar os serviços para os parceiros do marketplace. Atualmente, os sellers são responsáveis pela entrega dos produtos, por exemplo, e estamos fazendo mudanças na logística para que possamos fazer isso no futuro. Possivelmente, estaremos prontos para assumir a entrega daqui a dois meses”, antecipa Flávio. Com faturamento de cerca de R$ 5 bilhões em 2019, o Martins projeta um crescimento de 25% para este ano. “Vamos continuar investindo muito na área de material de construção, no marketplace, integração com contas digitais do braço financeiro Tribanco, programas de relacionamento e reforço na logística.” Hoje, o Grupo possui sete unidades de distribuição e trabalha com 16 mil SKUs.
Ano do Pequeno Varejo
O fechamento temporário do food service durante a pandemia não afetou os resultados do atacadista distribuidor, visto que este setor tem pequena participação em sua base. “Houve uma queda apenas no primeiro momento. Mas, depois, os varejistas regionais tiveram um boom de consumo e cresceram 21% ano a ano. Com a mudança de comportamento do consumidor, os mercados de bairro cresceram e nós tivemos recorde de vendas e entregas. 2020 se transformou no ano do pequeno e médio varejo brasileiro.” Para o CEO, a pandemia acelerou a principal tendência do mercado: a digitalização. “O varejista finalmente percebeu que precisa investir em tecnologia, mesmo que seja pouco, dependendo do tamanho do negócio. Receber pagamentos digitais, pedidos via WhatsApp, delivery e aplicativo; tudo isso foi fundamental durante a quarentena e veio para ficar.” Segundo Flávio, pode ser que, após este período, estes serviços diminuam sua demanda, mas não voltarão ao mesmo patamar de antes.
Fonte: GiroNews