Os 11 dias de greve dos caminhoneiros deixaram prejuízos que ainda estão sendo contabilizados pelos lojistas – e, para quem vende por marketplace, a dor de cabeça corre o risco de ser um pouco maior. Isso porque, além da taxa de conversão cair, o varejista precisa ficar de olho nas multas cobradas pelas plataformas.
Representantes de quatro dos maiores marketplaces do Brasil – Amazon, Walmart.com, Via Varejo e Netshoes -, explicaram, nesta quarta-feira (6), como vão lidar com cancelamentos e atrasos decorrentes da paralisação.
Eles conversaram com o público durante o Marketplace Conference 2018.
Walmart.com
“Pedimos para todos os sellers entrarem em contato com os clientes [a fim de avisar eventuais atrasos]. Mas o bom foi que não tivemos um índice muito alto de cancelamentos. Como não cobramos taxa integral, também não tivemos um impacto grande”, afirmou Renata Khaled, gerente de Marketplace do Walmart.com.
Via Varejo
Detentora das marcas Ponto Frio e Casas Bahia, a Via Varejo vai seguir o protocolo normal, segundo Paulo Madureira, diretor de Markeplace, Soluções e Serviços da plataforma.
Para ele, o ponto central é que o efeito da greve não foi tão grave quanto poderia ter sido.
“A regra que a gente utiliza é: cobramos a taxa quando o cancelamento é arbitrário e da parte do lojista. Por exemplo, se toda a cadeia transacional estava disponível, mas o lojista não tinha o produto, aí a gente cobra a comissão normal. Nesse caso [greve dos caminhoneiros], não”, afirmou.
Netshoes
De acordo com Mauro Lopez, head de Marketplace do Grupo Netshoes, logo no início da paralisação, a empresa fez ajustes na tabela de fretes e readequeou os prazos de entrega, tanto na operação própria quanto para o marketplace.
Sobre eventuais taxas sobre os vendedores, Lopez tranquilizou os lojistas. “Os contratos que a gente desenvolve são pautados não para a Netshoes ganhar dinheiro, mas baseados na experiência do consumidor”, explicou. “A Netshoes está aberta a pegar a lacuna de 24 a 31 de outubro e isentar o cancelamento devido a atrasos”, cravou.
Amazon
“A primeira coisa que fizemos foi avisar os clientes sobre possíveis atrasos”, disse Rafael Ferreira, head de Serviços para Sellers de livros da Amazon.
Ele também teve poucos problemas com a greve, embora, assim como outras plataformas, a dor de cabeça tenha sido menor do que o previsto.
“A gente sabe que cancelamentos acontecem. Para os casos em que os varejistas não conseguiram sequer enviar o pacote, não há taxa de cancelamento”, contou. “Mas, se o cliente cancelou o pedido depois de enviar o produto, a gente cobra uma taxa de 20% sobre a comissão, é algo sistêmico”, explicou. Ele disse, porém, que os índices de cancelamento foram parecidos com a média.
Fonte: E-Commerce Brasil