Varejista teve crescimento “de duplo dígito relativamente alto” nas vendas em mesmas lojas e aumento da margem bruta
Por Christian Favaro
O presidente das Lojas Marisa, Marcelo Pimentel, disse que as vendas para o Dia das Mães, comemorado no domingo, foram as melhores dos últimos cinco anos. “Para nossa felicidade, o Dia das Mães apresentou crescimento de duplo dígito relativamente alto contra 2019 (vendas mesmas lojas)”, afirmou ontem, em teleconferência com analistas sobre o balanço do primeiro trimestre. O executivo observou que a margem bruta também cresceu na data comemorativa.
Pimentel afirmou que tem percebido uma recuperação acima do esperado na demanda após a reabertura do comércio em São Paulo, no dia 20 de abril. Segundo ele, várias lojas da rede estão operando com duplo dígito de crescimento ante 2019.
No primeiro trimestre, no entanto, com o fechamento do comércio em várias cidades para conter o agravamento da pandemia, a receita da companhia diminuiu 27,7%, para R$$ 411,7 milhões. As vendas “mesmas lojas”, que consideram unidades abertas há mais de 12 meses, recuaram 29,6%.
Pimentel disse ontem que a crise no setor traz oportunidades para a empresa, com o fechamento de concorrentes menores, sobretudo nas lojas de ruas. “Infelizmente esse é uma das consequências da pandemia, mas que traz benefícios de consolidação de lojas de rua, que são 50% do nosso pátio de lojas”, disse.
Além da redução de concorrentes locais, o grupo percebeu uma queda de franqueados em lojas menores em shoppings.
A Marisa conseguiu reduzir o prejuízo para R$ 53,4 milhões no primeiro trimestre. Em igual período de 2020, as perdas somaram R$ 107 milhões. O resultado refletiu, entre outros fatores, a redução de 45% dos custos e de 22% das despesas operacionais. O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) da empresa somou R$ 61,6 milhões, alta de 75%.
Pimentel afirmou que a Marisa conseguiu fazer um melhor controle dos seus estoques no primeiro trimestre e afastou riscos de queda nas margens ou promoções fora de época para escoar as reservas das lojas.
“Uma das nossa preocupações na segunda onda foi trabalhar ativamente no controle desse estoque para, ao voltar, a gente não ter necessidade de fazer um markdown (promoção)”, disse.
Ele destacou que a empresa agora está colhendo frutos desse esforço. “Não vamos ter de fazer nada como no ano passado para escoar estoques desnecessariamente”, acrescentou.
Como consequência dessas medidas, assim como a retomada da demanda, o vice-presidente financeiro e diretor de relações com investidores, Adalberto Pereira Santos, disse que a empresa deverá voltar ao campo positivo no seu resultado líquido no próximo trimestre.
Fonte: Valor Econômico