Executiva diz ainda que, mesmo com retomada de viagens internacionais após as restrições da pandemia, as vendas no país vão continuar altas, no patamar que está
Por Cristiana Euclydes
As marcas de luxo estão investindo mais no relacionamento direto com o cliente final, como parte de uma mudança sistêmica de consumo, e tem aumentado sua presença no Brasil, disse a diretora-presidente da Iguatemi, Cristina Betts, durante a Live do Valor.
“Existe possibilidade de intensificar o relacionamento com o cliente brasileiro”, diz.
Segundo ela, as marcas que já estão no país procuram a Iguatemi com duas questões, sobre como trazer mais coisa para o Brasil e como aumentar o marketing. E as que não estão viram sucesso de comportamento no Brasil e querem vir, não apenas no super luxo, mas também em camadas mais acessíveis.
Betts afirma que todas as grandes marcas já estão no Brasil, inclusive marcas jovens, modernas, e com relevância no cenário de lucro e alta renda, como a Balenciaga. Segundo a presidente da Iguatemi, existiu durante a pandemia uma mudança das marcas em relação aos consumidores, na medida em que o turismo de compras foi afetado em muitos países. No Brasil, quem compra é o brasileiro, diz Betts.
Ela destaca que marcas brasileiras surgindo, muitas vindo de blogueiras, como Nati Vozza e a marca NV, evoluindo para presença física e aumentando presença no portfólio da Iguatemi. Para Betts, pode ser uma mudança estrutural.
Ela diz ainda que, mesmo com retomada de viagens internacionais após as restrições da pandemia, a conversão vai continuar alta, no patamar que está. ”Descobrimos que tudo ou quase tudo que tem lá fora tem aqui também, é mais simples comprar aqui do que trazer na mala, é uma mudança sistêmica de consumo do nosso cliente”, diz.
Segundo ela, o momento é de recuperação, com a retirada de restrições devido à pandemia de covid-19, e com a retirada de descontos a lojistas com a melhoria nas vendas.
Na pandemia, no começo, a Iguatemi e o setor como um todo fizeram concessões importante em alugueis, diz ela, afirmando que em 2020 a Iguatemi deu desconto de 100% em aluguel, fez um trabalho para reduzir condomínio, para repassar aos lojistas, gastou menos com marketing.
Assim, a rede está removendo descontos aos poucos, com a retomada, de acordo com o custo de ocupação e cada loja, retirando de forma mais acelerada em 2022. “Com aumento expressivo das vendas vimos esse espaço“, diz. “Precisamos do lojista sustentável.” Ela reconheceu que a inadimplência subiu um pouco, mas com efeito muito pequeno dado o volume de descontos removidos.
Segundo Betts, os ativos, os shoppings, tem que ser de qualidade, com portfólio homogêneo, forte, e relevante para o lojista.
Por fim, Betts ressalta o avanço no digital da rede Iguatemi, afirmando que a questão logística é um desafio em um país continental como o Brasil. ”Nosso preço médio é muito mais alto que outras operação de comércio eletrônico, então o preço da logística não é tão impactante como em outros negócios, vendemos produtos de alto valor agregado.”
Fonte: Valor Econômico