Com faturamento de R$ 7,1 bilhões e quase 50 anos de atuação no Brasil, o Makro, operação de atacado do grupo holandês SHV, está se preparando para abrir as portas para o consumidor pessoa física. A empresa, que durante anos só aceitou seu próprio cartão, passou, há cerca de três meses, a aceitar todas as bandeiras de cartão de crédito e débito. O passaporte Makro, que já foi item obrigatório para entrar nas lojas, virou apenas uma forma de acesso a descontos especiais.
Segundo Marcos Ambrosano, presidente da empresa, o objetivo é concorrer diretamente com operações de atacarejo que vêm registrando forte avanço, como o Assaí (do Grupo Pão de Açúcar) e o Atacadão (do Carrefour). Para dizer ao consumidor comum que ele é bem-vindo, a empresa decidiu investir em mídia, patrocinando o programa Caldeirão do Huck, da Rede Globo.
Estado: É preciso informar ao consumidor que agora o Makro é para ele?
Marcos Ambrosano: Foi isso o que nos levou a adotar a estratégia de mídia tradicional, com o patrocínio ao Caldeirão do Huck. É uma forma de nos comunicarmos com um público maior. Desde abril, passamos a aceitar todos os cartões de crédito e débito, o que foi estratégico para atendermos tanto as famílias quanto os clientes profissionais, como restaurantes, que sempre compraram conosco.
Como está hoje a divisão de clientes do Makro?
Hoje, dois terços da nossa receita vêm dos clientes profissionais, enquanto um terço é de famílias. Não há meta de crescimento para essa participação dos clientes pessoa física.
Existe possibilidade de expansão?
Hoje, o Makro tem 74 lojas. Fechamos duas operações nos últimos dois anos. Nos próximos cinco anos, temos o objetivo de retomar o crescimento orgânico. Mas, mesmo sem aumentar o total de lojas, temos buscado alternativas, principalmente para o food service. Hoje, temos uma equipe de vendas que percorre os estabelecimentos, tira os pedidos e garante a entrega dos produtos para esses profissionais. Isso faz parte do nosso projeto de venda multicanal.
Como o Makro mudou as lojas para atender a um público mais diverso?
Reformamos as lojas, que ganharam iluminação de LED e estamos também renovando os refrigeradores e congeladores. O sistema também foi renovado, com leitores portáteis (de código de barras), para agilizar o atendimento. Isso porque, para o cliente pessoa jurídica, tempo é dinheiro.
Fonte: Estadão