O comando do Magazine Luiza informou nesta sexta-feira que deve transformar suas cerca de 800 lojas em espécies de mini centros de distribuição, a fim de armazenar produtos para entrega direta ao consumidor ou para que o cliente os retire em loja, no caso de venda on-line.
“Devemos passar a fazer entregas a partir das lojas, transformando-as em mini centros de distribuição já no próximo ano”, disse o diretor de logística, Decio Sonohara, durante o Magazine Luiza Day – encontro da diretoria da empresa com analistas e investidores, em São Paulo.
Sonohara afirmou ainda que a empresa está trocando sistemas de gestão dos centros de distribuição e finalizará essa mudança em 2017. Além disso, o executivo informou que a empresa quer implantar o sistema “retira em loja” em até 48 horas para todos os pontos do grupo em 2017.
Durante o evento, Frederico Trajano, presidente da varejista, disse que o Magazine Luiza deve fechar com vendas “mesmas lojas” no positivo neste ano. Trajano mencionou como analisa o futuro da lojas físicas no setor: em um ambiente de expansão da venda on-line, ele entende que o custo dos pontos terá que cair “radicalmente” para que o modelo seja sustentável a longo prazo.
“O consumidor aceita pagar de 5% a 10% a mais por um produto em relação ao preço que há no site e, para vender com essa diferença, a loja tem que ser mais eficiente do que é hoje”, disse.
Mais lojas
A varejista informou que deve fechar o ano com 20 aberturas de loja e concluir reformas em 32 pontos.
De acordo com o Magazine Luiza, o objetivo é retomar a abertura mais acelerada de lojas em 2017 e finalizar até maio o investimento de troca de mobiliário da área de tecnologia (que vende celulares, tablets). As reformas da área de tecnologia devem envolver 132 unidades no ano e, nestas, a taxa de crescimento é de 10 pontos percentuais acima da média da rede.
Até maio do próximo ano, 106 lojas restantes devem passar pela troca do mobiliário na área de tecnologia.
O grupo varejista ressaltou ainda que a conta “fornecedor versus estoque” deve chegar a um “pico” no quarto trimestre, com melhora no índice – maior prazo de pagamento à indústria, menor prazo de recebimento do cliente, dentro de um menor nível de estoque.
Frederico Trajano disse que “não há como fazer dinheiro com operação de site separado da loja física”.
“Até um tempo atrás, eu via gente perguntando se não íamos fazer um spin-off [separação] do braço do site, e hoje a gente vê rede voltando a operar junto”, disse.
A Via Varejo (Casas Bahia e Ponto Frio) decidiu unir suas operações de site e loja física com a combinação dos dois negócios, anunciada meses atrás.
Segundo Trajano, o foco do “market place” (shopping virtual) da empresa será o pequeno varejista. Para ele, “market place” não existe para salvar qualquer companhia, é para “melhorar resultado”.