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A fintech Magalu, braço financeiro do Magazine Luiza, estuda criar um token nativo próprio para servir como moeda digital em um programa de benefícios voltado para consumidores e lojistas do ecossistema de varejo, como fizeram no ano passado o Nubank e o rival Mercado Livre. O nome mais provável para a criptomoeda é “Lucoin”, em referência ao avatar da varejista.
Segundo Leandro Hespanhol, diretor comercial e de novos produtos da fintech, as discussões internas sobre uma possível emissão de token nativo, além de casos de uso da nova tecnologia digital, já começaram, mas ainda não há uma definição sobre o tema. O executivo disse ainda que o Magazine Luiza também estuda permitir a compra de produtos na plataforma de varejo por meio de criptomoedas.
“Estamos só começando com os criptoativos. Primeiro, com a compra e venda de moedas digitais dentro da nossa plataforma. Levamos para nossos consumidores e parceiros tecnologia financeira e criptomoedas é algo que estamos acompanhando de perto. É um produto que veio para ficar e não tem volta”, disse.
O Magazine Luiza já conta com um programa de benefícios chamado Cliente Ouro, que concede descontos e promoções para os consumidores conforme o volume de compras no marketplace. No MagaluPay, o principal incentivo é o cashback em dinheiro, como saldo na conta digital. Já os lojistas do marketplace de maior volume têm direito a subsídio no frete e a taxas melhores nos serviços da plataforma. “No futuro, isso tudo podem ser ‘coins’, por exemplo”, afirmou
Na semana passada, o Magazine Luiza anunciou sua entrada no segmento de ativos digitais por meio de uma parceria com o Mercado Bitcoin para negociar bitcoin e ether na plataforma da conta digital. Uma terceira moeda deve ser oferecida aos clientes, mas ainda não foi definida.
A plataforma de negociação de criptomoedas está em fase de desenvolvimento e a estreia deve ocorrer até o final do primeiro semestre. Os tokens serão oferecidos a um público de mais de 9 milhões de usuários da conta digital MagaluPay. Ao todo, a varejista tem 37 milhões de clientes.
Na estratégia envolvendo ativos digitais, o Magazine Luiza foi buscar consultoria e tecnologia do MB Cloud, área de “cripto as a service” (CaaS) do Mercado Bitcoin. Além da plataforma de negociação de criptoativos, o serviço agrega infraestrutura de custódia digital da Bitrust e conteúdo de educação financeira da Blockchain Academy.
“Para muitos dos nossos clientes, esse será o primeiro contato com criptoativos. Temos toda uma preocupação de que seja uma boa introdução”, disse.
Além das negociações de criptomoedas, a parceria envolve a emissão e o processamento de cartões para os usuários do Mercado Bitcoin. No início, o cartão será na modalidade pré-pago e virtual. Futuramente também terá a função crédito. Será a primeira vez que os clientes do Mercado Bitcoin terão um cartão à disposição para movimentar seus saldos.
Fonte: Valor Econômico