A compra da Estante Virtual feita pelo Magazine Luiza (MGLU3) intensificou a ameaça contra o crescimento da Amazon no país, segundo analistas.
Fechada em R$ 31 milhões, a aquisição aconteceu na última quinta-feira (28), em leilão realizado na 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais e marca mais um movimento de ampliação da companhia, que também é dona da Netshoes, Zattini e Época Cosméticos.
A nova aquisição vai de encontro ao propósito da companhia de ser uma empresa presente nos mais diversos canais, sobretudo, no e-commerce – ao agregar plataformas e empresas com conceito digital.
Além de incorporar o “know how” dos novos negócios e ampliar as categorias de atuação da companhia, o movimento também pode acrescentar ganhos nas áreas de gestão ao incorporar profissionais com novos olhares a estrutura.
Alguns relatórios do mercado apontam a mudança parece como positiva, que pode fortalecer seu SuperApp com o acréscimo dos novos vendedores da Estante Virtual ao marketplace do Magalu, além de atrair novos clientes para sua plataforma.
Muito além da ampliação da categoria de livros, a compra também vai aumentar a base de dados da empresa, fortalecendo o processo de tomada de decisão baseado nas informações sobre os hábitos de compra dos consumidores.
Outra questão que deve ser considerada na operação, de acordo com Murilo Breder, analista da Levante, foi o preço que o Magazine Luiza pagou pela Estante.
A plataforma trabalha com uma taxa mínima de aceitação de 20% – acima da taxa média de 12% registrados nos negócios de comércio eletrônico, foi comprada por um preço bem abaixo do que a Livraria Cultura, que encontra-se em recuperação judicial, esperava.
“O Magazine Luiza deu mais um passo para se tornar cada vez mais próxima de uma Amazon Brasileira. Esse é um negócio que a empresa pode rentabilizar muito, principalmente porque, diferente da compra da Netshoes, que ela precisou fazer um aporte financeiro na companhia após a compra, no caso da Estante Virtual, isso não pode acontecer necessariamente”, afirma Breder.
O analista ainda pontua que, com a incorporação da Estante Virtual ao ecossistema do Magalu, a varejista pode sair na frente de outras livrarias e marketplaces do segmento de livros, por conta da sua malha eficiente de entregas, composta por 17 centros de distribuição e mais 1.100 lojas físicas.
“A empresa está aumentando o leque de produtos que ela tem e o mercado enxerga isso, porque são um case que já subiu muito nos últimos anos e pode subir ainda mais. E, com a diminuição do desemprego e o aumento do consumo, ela pode rentabilizar ainda mais com o Magalu Pay e a Netshoes nesse cenário”.
Com a intenção de ser o “sistema operacional do varejo brasileiro”, a companhia vai ofertar uma conta digital em parceria com o Banco do Brasil. O serviço conta com a opção de Cash-in, depósitos em lojas do físicas, pagamentos de convênios e boletos (disponível também em QR Code) e transferência de dinheiro peer-to-peer.
Fonte: Infomoney