Após registrar, no terceiro trimestre, a maior receita de sua história, de R$ 4,86 bilhões, com crescimento de 32,5% sobre um ano antes, o Magazine Luiza prepara-se para mais expansão no mundo físico e digital. Planeja inaugurar 50 lojas até dezembro e ampliar a oferta de serviços financeiros para os comerciantes que fazem parte do seu “marketplace” (shopping virtual).
Em teleconferência com analistas de mercado, Frederico Trajano, presidente da companhia, afirmou que vê um cenário positivo com a liberação dos saques no FGTS, iniciados em setembro. “A recuperação econômica será protagonizada pela iniciativa privada. Com mais investimentos, a geração de empregos vai aumentar e, consequentemente, o consumo. Será um movimento mais sólido e sustentável”, disse.
O ritmo de inaugurações que a empresa pretende fazer neste fim de ano será semelhante ao do terceiro trimestre, quando 52 novos pontos de venda entraram em funcionamento — com estreia nos Estados do Pará e Mato Grosso do Sul. A varejista encerrou setembro com 1.039 lojas, aumento de 126 unidades em relação ao terceiro trimestre do ano passado.
Entre julho e setembro os investimentos em expansão da rede física somaram R$ 186 milhões. Para o quarto trimestre, a varejista não divulgou estimativas. O investimento acumulado no ano é ao redor de R$ 400 milhões.
As vendas das lojas físicas no terceiro trimestre cresceram 19%, mas foi no comércio eletrônico que os resultados chamaram atenção dos analistas de mercado. As vendas on-line, incluindo a de terceiros realizada por seu “marketplace”, subiram 96%. Os analistas do BTG Pactual chamaram esse crescimento de “exponencial” e o segmento foi considerado, por mais um trimestre, o grande ponto positivo dos números da varejista.
Nesse campo, Trajano informou ontem que planeja ampliar a oferta de serviços financeiros para os lojistas do marketplace.
Também estão nos planos a maior oferta de serviços digitais para o consumidor final, como parte da estratégia de transformar seu aplicativo em um “superapp”, em que o cliente possa resolver várias tarefas do dia a dia num único local. “O aplicativo será uma parte importante da estratégia. Algo que faremos lá na frente”, afirmou Trajano.
O empresário também informou que pretende terminar a integração com a varejista on-line de moda Netshoes, adquirida em junho por US$ 115 milhões, em novembro. Há 40 grupos de trabalho estudando possíveis sinergias, além de uma consultoria contratada para desenhar o planejamento estratégico para o negócio.
No balanço do terceiro trimestre, além da maior receita da história, o grupo também teve resultado operacional recorde, de R$ 337,2 milhões. A margem operacional melhorou, na comparação anual, passando de 6,33% para 6,93%. A margem bruta da companhia, no entanto, recuou 0,4 ponto percentual, passando de 29,69% para 29,29%, devido ao aumento dos custos.
A varejista apontou ainda melhora da margem de lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) em 2,7 pontos., por causa de itens não recorrentes, como créditos tributários de R$ 240,8 milhões pela exclusão do ICMS sobre a base de cálculo do PIS/Cofins. Excluindo tais itens, houve recuo na margem, de 1,5 pontos, para 6,2%.
Fonte: Valor Econômico