Para Frederico Trajano, expansão da empresa está na expansão dos canais digitais junto à abertura de lojas físicas
Por Marina Filippe
A varejista Magazine Luiza registrou, no segundo trimestre de 2021, lucro líquido ajustado de 89 milhões de reais e receita de 13,7 bilhões de reais, aumento de 60% na comparação anual. Do total de vendas, 72% aconteceu no e-commerce, e a aposta para continuar crescendo está na expansão dos canais digitais junto a abertura de lojas físicas.
Apesar de 32% das lojas físicas terem permanecido fechadas em abril, devido à necessidade do distanciamento social, as vendas presenciais atingiram 4 bilhões de reais, isto é um aumento de 112% sobre o mesmo trimestre de 2020, e de 16% sobre o mesmo período de 2019, quando ainda não havia a pandemia.
“O mercado esperava um desaceleração do e-commerce, mas crescemos 46% no segundo trimestre, uma prova que, mesmo com a reabertura das lojas, a digitalização não tem volta. A reabertura também impacta resultados como a redução de 2,7 pontos percentuais nas despesas, um dos menores patamares históricos”, afirma Frederico Trajano em entrevista à EXAME.
As vendas digitais impulsionam as lojas físicas também com novos serviços, como a entrega em até uma hora, já disponível em 140 lojas de 30 cidades. “A entrega em 1 hora só é possível com a multicanalidade, a integração completa entre o e-commerce e as mais de 1.300 lojas físicas como mini-centros de distribuição”.
Para acelerar a expansão da entrega expressa, a companhia adquiriu, no final de julho, a Sode, uma plataforma de entregas rápidas feitas com motos. Além disso, o plano de expansão prevê saltar dos 185 hubs/centros de distribuição e 1.339 lojas para 450 hubs/centros de distribuição e 1.860 lojas em 2023. Na comparação com 2019, significa mais que triplicar a estrutura logística.
“Além de agilizar a entrega de produtos próprios, este processo já permite que o seller deixe o produto dele na nossa loja, que será retirado pelo caminhão que foi até lá fazer uma entrega. É como uma agência de envios”, diz Trajano.
O crescimento de sellers também é expressivo. Eram 90 mil parceiros no marketplace do Magalu no final de julho, sendo 43 mil deles digitalizados por meio do Parceiro Magalu, que ajuda o vendedor analógico a criar uma loja física.
O crescimento acumulado das vendas por sellers no segundo trimestre foi de mais de 400% na comparação dos últimos 2 anos. “Tivemos 35 mil novos sellers do final de março a julho. Ou seja, em quatro meses adicionamos mais sellers do que nos 15 meses anteriores”.
Ecossistema
Ainda na estratégia está a abertura de 50 lojas físicas no Rio de Janeiro ainda este ano. Apesar delas terem sido anunciadas em julho, não refletindo no resultado do trimestre, é uma pauta importante para o Magalu.
“Neste período trabalhamos na inauguração. O Rio de Janeiro representa 11% do e-commerce brasileiro, enquanto nossas vendas para o estado eram de apenas 5%. Estar lá é um desafio importante no market share”, diz Trajano.
Cada vez mais, os resultados do Magazine Luiza caminham para mostrar a importância do ecossistema que está sendo criado com aquisições, ofertas de crédito e mais. Um exemplo é a presença de 32 milhões de usuários ativos no superapp, sendo que grande parte deles tem recorrência de compras, por exemplo, em supermercados.
“O app centraliza nossas categorias e serviços. Um exemplo é a conta digital em poucos passos, ou o cashback do cartão de crédito. O segredo é adicionar novidades para que os clientes façam tudo por lá, de supermercados a pagamentos e cursos”, diz Trajano. Em junho a base de cartões de crédito emitidos pela Luizacred atingiu a marca de 6 milhões, incluindo o Cartão Luiza e o recém-lançado Cartão Magalu, crescendo 19,5% na comparação com o ano anterior.
Fonte: Exame