Sediado Ponta Grossa, o Grupo Durski, que possui a unidade industrial do Madero no Distrito Industrial Cyro Martins, pretende captar R$ 380 milhões em recursos. Esse valor deverá ser obtido através da oferta de até 1.520 debêntures (títulos de dívidas), cada uma delas com o valor de R$ 250 mil. Entre os objetivos dessa emissão, que já foi iniciada, estão a quitação de emissões de títulos anteriores e a realização de investimentos, especialmente na ampliação da rede de restaurantes da Companhia. O assunto foi abordado na Reunião do Conselho de Administração, realizada no dia 20 de março, cuja ata foi publicada em Diário Oficial no início deste mês de abril.
A emissão é subscrita pela Hemisfério Sul Investimentos, a HSI, gestora parceira do Grupo há alguns anos que já contabilizou outras duas emissões, uma no ano passado e outra em 2015. As debêntures terão prazo de 60 meses e o pagamento de remuneração será feito mensalmente a partir do 25º mês. Sobre o valor nominal unitário incidirão juros remuneratórios equivalentes a uma taxa pré-fixada de 27% ao ano. Como garantia, as debêntures são conversíveis em ações.
No ano passado, o Madero fechou com uma receita bruta superior a R$ 510 milhões, contabilizando um lucro de R$ 4,8 milhões. O grupo segue investindo, anualmente, em diversos restaurantes, aplicando cerca de R$ 4 milhões por unidade, ampliando a rede em cerca de 50 unidades nos últimos três anos. Hoje, por exemplo, são mais de 110 restaurantes no Brasil e no exterior.
Somente para este ano, o Grupo Durski revelou ao Jornal Valor Econômico que pretende abrir 29 restaurantes Madero e outros 12 pontos da nova ‘bandeira’, a Jerônimo Burguer. Com essas duas redes serão 40 novos locais, e ainda sem falar nas novidades, como a ‘Vó Maria’, com receitas alemãs, cuja primeira unidade foi inaugurada na última sexta-feira (20) em Curitiba; a Choripán, com a venda de iguarias argentinas; e uma nova rede, ainda de nome indefinido, que terá o objetivo de concorrer com os gigantes do mundo de fast-food, como McDonalds e Burger King.
Para financiar todo esse crescimento que haverá a emissão das debêntures, que contribuirão para que o faturamento do Grupo dobre em um ano atinja, pela primeira vez, os dez dígitos, somando R$ 1,1 bilhão em vendas brutas, segundo estima o grupo.
Grupo pretende entrar na ‘Bolsa’
Atualmente, Junior Durski tem 91% do Grupo Madero, e o empresário e apresentador Luciano Huck 0,6% – o restante pertence a pessoas ligadas ao grupo. Como traz o Valor Econômico, houve uma conversa, no final do ano passado, com o maior fundo do setor de consumo do mundo, a L Catterton, para a aquisição de 13% do grupo, avaliada em R$ 3,1 bilhões, considerando um múltiplo de 15 vezes os Lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização (EBITDA) previsto para 2018. O Grupo, porém, desisgiu de ter um investidor e hoje avalia a oferta pública de suas ações. “É algo que devemos trazer para discussão entre 2019 e 2020”, disse Durski para a publicação.
Novo investimento em Ponta Grossa será de R$ 80 milhões
Para tornar possível todo esse crescimento, o Grupo vai investir mais R$ 80 milhões em Ponta Grossa, em uma nova fase de industrialização do Madero. Esse valor consta no protocolo de intenções assinado com o município, para a construção de uma nova estrutura em um terreno de quase 27 mil m², concedido pela Prefeitura, ao lado das atuais instalações da empresa, gerando cerca de 200 vagas de emprego. O Projeto de Lei da doação entrou em trâmite na Câmara nesta segunda-feira, e será avaliado pelas comissões. As obras devem ser iniciadas em breve, assim que houver a aprovação do Projeto de Lei e a sanção por parte do Prefeito Marcelo Rangel, já que uma empresa já está começando a fazer as marcações no terreno.
Fonte: Arede