O Magazine Luiza é cada vez mais digital e vem trabalhando para que os seus clientes, vendedores e até mesmo fornecedores sigam o mesmo caminho. É o que afirma Renato Pedigoni, gerente do LuizaLabs. Durante a visita técnica do Whow!, o executivo apresentou as dependências do espaço de pesquisa e desenvolvimento do Magazine Luiza e conversou sobre os principais projetos feitos e tocas pela área.
O espaço, que hoje tem 450 pessoas trabalhando diretamente, teve início em uma sala de massagem desativada na sede da Magazine Luiza. Somente quatro pessoas trabalhavam lá. “O pessoal não respeitava muito a gente”, disse Pedigoni, aos risos. A área surgiu pela necessidade do então diretor Frederico Trajano, agora CEO, de criar novos projetos sem as travas frequentes em grandes empresas.
O primeiro projeto foi o Magazine Você, uma espécie de loja virtual onde qualquer cliente pode criar a sua própria vitrine de produtos para vendê-los. Deu certo. O projeto, que empresas terceirizadas afirmavam que não seria finalizado em menos de um ano, ficou pronto em três meses. O número de cadastrados no primeiro mês foi de 20 mil – a meta inicial era de 10 mil no primeiro ano. Atualmente, são mais de 300 mil usuários.
Amarras iniciais
Apesar de ser um dos principais pontos de inovação do varejo brasileiro, o LuizaLabs também sofreu com diversas amarras em seu começo. O próprio nome surgiu de um desses obstáculos. Com as limitações impostas pelo departamento de Tecnologia ao acesso à internet, o grupo precisou contratar um serviço de internet privado e criar um e-mail de domínio próprio.
O nome LuizaLabs foi escolhido em dez minutos e o cartão de crédito de Pedigoni foi usado para pagar. “Ficamos muito felizes porque tudo mudou e o nome continuou”, diz ele.
Depois do Magazine Você, outros projetos foram tocados pela área de inovação. A meta era digitalizar todos os personagens que fazem parte do Magazine Luiza: clientes, fornecedores e vendedores. O caminho está sendo percorrido.
“O vendedor só fica no celular”
O e-commerce já é uma realidade para boa parte dos brasileiros. Afinal, a facilidade de fazer a compra por um site ou aplicativo e receber dias depois em casa atrai qualquer um. O caminho para digitalizar a loja física, no entanto, não foi algo tão fácil para a Magazine Luiza.
Hoje, um vendedor da varejista consegue fazer todo o atendimento do cliente, começando pela apresentação dos produtos, testes e até o pagamento. Tudo por meio do celular. O início, no entanto, estranhou muita gente. Ao começar uma conversa com os clientes, os funcionários da Magazine Luiza iam digitando as preferências do consumidor no celular enquanto o próprio falava dos produtos que pretendia comprar.
“Alguns clientes começaram a reclamar que o vendedor nunca saia do celular”, diz Pedigoni. A saída encontrada foi criar uma capa para smartphone com os dizeres – ele está trabalhando.
O projeto foi tão importante para a empresa que o próprio CEO foi apresentar as funcionalidades pessoalmente nas mais de 800 lojas.
O próximo passo da varejista é digitalizar também os seus fornecedores. Seja por meio do seu marketplace, que foca nos pequenos e micro varejistas, ou até mesmo terceirizados, como carreteiros que fazem o transporte dos produtos do centro de distribuição até a casa dos clientes. Sempre por meio de aplicativos.
O fim da loja física?
Com o avanço das tecnologias e do comércio eletrônico, não seria absurdo imaginar que parte do varejo físico seria extinto. Para Pedigoni, isso está longe de acontecer. Muito pelo contrário, na verdade. A visão da empresa, segundo o executivo, é ampliar ainda mais o número de lojas e penetração do Magazine Luiza, que está em 16 estados.
“Nossa meta é duplicar e até triplicar o número de lojas, pois o digital não substitui o físico. Os dois se complementam”, diz ele.
Fonte: Novarejo