Escrevemos nesta mesma coluna, no último mês de junho, o possível impacto dos juros na lucratividade das companhias do setor. Três meses depois, esse impacto parece bem claro. Dentre 16 companhias analisadas de capital aberto, a lucratividade cresceu em média quase 40% no período terminado em junho (segundo trimestre de 2017) em relação ao mesmo período do ano anterior.
Grande parte deste resultado pode ser atribuída a menores despesas com juros com a Selic em um patamar mais baixo. Mas outros dois fatores ocorreram e não podemos negligenciar: parte das empresas fez a lição de casa, com corte de custos e expansão da produtividade, e a atividade econômica dá os primeiros sinais de que a recuperação pode ser consistente, ou seja, devemos acompanhar a expansão da linha de cima dos resultados operacionais daqui para frente.
A Bolsa procura, de uma forma racional, se antecipar a estes movimentos. Portanto, o desempenho das ações não poderia ser diferente: forte valorização. As ações destas mesmas empresas analisadas apresentam valorização de 103% em média acumulada no ano (até o dia 11 de outubro). Lembramos que isso é a média, porque tem ações subindo 17% e outras com ganhos acima de 200%.
A lição de casa está sendo feita com inflação controlada, juros em patamares mais saudáveis, melhora na renda da população e, consequentemente, atividade econômica sendo retomada. As empresas que fazem a lição de casa (em todos os cenários) não demoram a ver os resultados aparecerem. Que venham as próximas lições de casas! Que venham os próximos resultados.
A análise é da XP Investimentos, que considera empresas como Smiles, Time For Fun e Hypermarcas como varejo (bens de consumo)
Fonte: Novarejo