Por Natalia Flach | A rede de moda íntima feminina Loungerie pretende inaugurar 20 lojas no segundo semestre, sendo duas próprias e o restante no modelo de franquia. Assim, deve encerrar o ano com 129 unidades espalhadas por todo o país, que devem gerar – juntamente com o e-commerce – uma receita de R$ 414 milhões. Se o montante se confirmar, representará um salto de 15% sobre as vendas de 2023.
Para alavancar essa expansão, a marca brasileira prevê investir de 3% a 5% da receita em marketing neste ano. Entre as ações programadas estão campanhas publicitárias, conteúdos para as redes sociais, comunicação no ponto de venda (PDV), além de eventos e ativações com influenciadores. “Nenhuma campanha traz a figura masculina, nem mesmo no Dia dos Namorados. A mulher é sempre a protagonista”, diz o presidente da companhia, Eduardo Costa.
Segundo o executivo, o melhor marketing é o ‘boca a boca’. “Também construímos reconhecimento de marca por meio das nossas vitrines. O problema é que o fluxo de compras nos shopping centers caiu na pandemia e ainda não se recuperou totalmente. Daí estarmos migrando muitas iniciativas para o digital”, afirma.
O marketplace, chamado de “The Lounge”, oferece não apenas os produtos vendidos em loja, mas também itens que complementam o universo da lingerie. Hoje, o site já conta com mais de 40 nomes de beleza, acessórios eróticos, spa e moda praia em seu portfólio, e a previsão para 2025 é aumentar esse número em pelo menos 20%. “Mas não vamos vender porta-retrato e panela”, diz o executivo, rindo.
Todas essas frentes da Loungerie são importantes para a marca bater a meta de aumentar em 40% as vendas de produtos. No primeiro semestre, foram vendidas 400 mil peças vendidas por mês.
Segundo Costa, o tíquete médio da companhia é de R$ 300, enquanto o preço médio dos produtos é de R$ 79,90. O executivo acrescenta que a expectativa é lançar, no terceiro trimestre, novos produtos e entrar em novas categorias com tíquete médio mais alto.
“O nosso público é muito amplo e democrático”, afirma Costa. Para se ter ideia, há três anos, a companhia lançou uma linha para mulheres mastectomizadas. “Está relacionado a nosso valor. É quase um ativismo nesses 15 anos de luta pelo sutiã perfeito para cada mulher.”
“Ainda assim, muita gente acha que a marca é cara e tem somente produtos sensuais. Só que 60% do que vendemos é para o dia a dia. Então, nesse sentido, temos muito trabalho a fazer para conseguir ganhar mercado.”
Ainda que os números sejam vultosos, a participação de mercado da Loungerie é pequena em um mercado extremamente pulverizado. A companhia aparece na quarta colocação do setor, com fatia de 2,1%. Para se ter ideia, a líder do ranking é a DeMillus, com 5,7% do total, seguida pela Shein, com 3,7%, de acordo com dados da consultoria Euromonitor.
Fonte: Valor Econômico