Sem resolução, a falta de segurança no Rio de Janeiro (RJ) mantém pressionadas as margens dos lojistas cariocas. No primeiro trimestre, os gastos do segmento com segurança atingiu R$ 450 milhões, 20% a mais que o mesmo período de 2017. No acumulado do ano passado, o montante havia atingido R$ 1,5 bilhão.
O investimento foi com a contratação de vigilantes, equipamentos eletrônicos, grades, blindagens de portas, reforço de vitrines e seguro. O dado é da pesquisa “Gastos com segurança em estabelecimentos comerciais” do Centro de Estudos do Clube de Diretores Lojistas do Rio de Janeiro – CDLRio, que ouviu 500 lojistas. Do total, 120 apontaram ter sofrido com assaltados, furtos ou roubos, 15% a mais que o mesmo período de 2017.
De acordo com o levantamento, do total dos gastos, R$ 280 milhões foram com segurança privada e vigilantes, R$ 150 milhões com equipamentos de vigilância eletrônica e R$ 20 milhões com gradeamento, blindagens, reforços de portas, de vitrines e com seguros. Para o presidente CDLRio, Aldo Gonçalves, é como se fosse mais um tributo pago pelos lojistas, já massacrados pelo peso da burocracia e da alta carga tributária.
“A violência urbana na cidade do Rio de Janeiro vem prejudicando bastante o comércio, já afetado pelo quadro econômico do país e, em especial pela crise do Estado do Rio, que tem influenciado profundamente no comportamento do consumidor”, destaca o executivo.
De acordo com ele, a percepção é que o cliente tem ficado com medo de sair de caso, por conta do aumento da violência e ao mesmo tempo tem reduzido seus gastos com compras. Não é sem razão que mais de 9,1 mil estabelecimentos comerciais fecharam suas portas entre janeiro e dezembro na cidade em 2017, 31,7% a mais do que no período imediatamente anterior. No estado, foram mais de 21 mil operações encerradas, 26,5% a mais em relação a 2016.
Ele lembra que esses R$ 450 milhões poderiam ter sido investidos na ampliação do negócio, como novas lojas, reformas, treinamento de pessoal, gerando mais emprego e renda. “Estamos conscientes de que a reversão da violência implica no estabelecimento de um pacto entre o Estado e a sociedade organizada, pois é consenso que o poder público não pode sozinho resolver o problema […] Esperamos que a intervenção federal na segurança pública no Rio de Janeiro traga de volta a paz ao nosso estado”, diz.
Fonte: DCI