Estamos vivenciando a era da transformação no consumo. É notório que o modelo de supermercado do passado não existe mais e quem não evoluiu passou a sentir a concorrência de outros modelos de compras. Pesquisa realizada pela Kantar Worldpanel, líder mundial em painéis de consumo, constatou que em 2017 os consumidores utilizaram sete canais distintos para comprar, enquanto em 2013 esse número era de cinco.
“O mundo conectado propicia uma enorme gama de pontos de contato do consumidor com aquilo que pretende adquirir. Agora, além das tradicionais visitas aos pontos de venda, o comprador trava contato com posts e fotos nas redes sociais, vídeos, compartilhamento de links, depoimentos e compras on-line, entre outras possibilidades virtuais”, analisa a diretora comercial da empresa, Christine Pereira.
Para o presidente da Associação Brasileira de Supermercado(Aras), João Sanzovo Neto, a necessidade de se aproximar mais do consumidor e adaptar-se às novas exigências de consumo, que implica em mais integração tecnológica, inovação e conveniência, se torna cada vez mais importante no setor com a inserção de novas tecnologias, com destaque para o celular atuando em todos os processos de compra, incluindo o pagamento.
“O varejo físico não irá sumir, mas é preciso se preparar melhor para os nativos digitais, que estão sempre conectados e querem a integração do varejo on-line e off-line, que precisa funcionar como uma extensão do varejo on-line, e não mais como no modelo tradicional, que na maioria das vezes atuam separados. A sobrevivência das nossas lojas depende disso”, avalia Sanzovo. Ele destaca que “um novo mundo está chegando e fazer parte dele será fundamental para o sucesso dos nossos negócios”.
Abílio Diniz reitera a opinião de Sanzovo ao afirmar que as lojas físicas estão longe de acabar. Porém, acredita que elas passarão a cumprir um papel específico no novo mundo do varejo, a exemplo dos atacarejos. “O profissional que entende da parte digital e do consumidor é quem deve pensar na concepção e na função da loja física”, afirma o gestor, que é taxativo ao argumentar que o essencial nos dias atuais e que será ainda mais daqui para frente é apenas uma coisa – ” um aparelho de celular que a bateria não tenha fim”, conclui.
Fonte: Folha PE