A varejista de moda Lojas Renner reportou aumento do lucro para o segundo trimestre, o que a companhia atribuiu a menores remarcações de preços e a campanhas de controle de estoques e da inadimplência. A empresa anunciou nesta segunda-feira que seu lucro líquido somou R$ 174,8 milhões no período, alta de 10,5% na comparação anual.
— Resistimos à tendência do mercado, que teve campanhas agressivas de remarcação de preços — disse à Reuters o diretor financeiro e de relações com investidores da Lojas Renner Laurence Gomes. — Tivemos um melhor controle dos estoque e isso nos permitiu ter um crescimento do lucro maior do que da receita.
De abril a junho, a receita líquida de vendas da companhia somou R$ 1,46 bilhão, alta de 8,2% sobre um ano antes. Já o Ebitda (sigla em inglês para lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado total subiu 9,2% ano a ano, a R$ 356 milhões. O índice inclui o resultado somado das operações de varejo e financeiras.
A margem Ebitda ajustada total subiu 0,2 ponto, a 24,3%.
O resultado, porém, foi também beneficiado pelo aumento da base de lojas que a companhia vem implementando, que deve acrescentar 450 novos pontos de venda até 2021. No período, o grupo anunciou um novo centro de distribuição, em Santa Catarina.
Segundo Gomes, a companhia tem aproveitado esse plano para entrar em shopping centers nos quais não tinha lojas, seja da própria bandeira Renner, da Camicado ou da Youcom.
Para este ano, o plano de abrir 25 a 30 unidades da Renner, 15 da Camicado e 20 da Youcom está mantido.
Considerando a base mesmas lojas, o crescimento das vendas no trimestre foi de apenas 2,9%. Um ano antes, o avanço tinha sido de 14,5%, também sobre um ano antes.
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Segundo o executivo, apesar da melhora recente dos indicadores de confiança dos consumidores e de empresários, o setor varejista deve continuar enfrentando um cenário desafiador, dada a combinação de juros, inflação e desemprego elevados.
Nas operações financeiras, Gomes disse que a melhora da estrutura de cobrança da companhia nos últimos 18 meses deve ajudar o grupo a fechar o ano com índices de inadimplência similares ao de 2015.
No trimestre, as perdas no Cartão Renner, líquidas das recuperações de crédito, atingiram 3,9% da carteira total ante 4,3% um ano antes.