Por Estadão Blues Studio | Vencedora do prêmio Estadão Empresas Mais, na categoria Varejo, a Lojas CEM busca transformar essa conquista em apenas um de seus êxitos em 2023, mantendo sua relevância no segmento graças a características únicas. Afinal, mesmo em um ano considerado desafiador para o varejo brasileiro, a companhia prevê fechá-lo com um faturamento de quase R$ 7 bilhões, o que representará um incremento de dois dígitos em comparação ao desempenho de 2022.
“Vamos crescer cerca de 14% em relação ao ano passado. Desde maio experimentamos uma recuperação notável, encerrando novembro com um aumento de 30% se comparado ao mesmo mês de 2022. Dessa forma, o faturamento deve atingir quase R$ 7 bilhões em 2023″, afirma José Domingos Alves, diretor de Lojas da rede.
A expectativa positiva é impulsionada, em sua visão, pelo recente investimento da empresa na ampliação do centro administrativo e de distribuição, em Salto (SP). Concluída neste ano com um custo de R$ 150 milhões, a obra aumentou o espaço físico para 243 mil metros quadrados de área coberta, localizado em um imóvel próprio de 880 mil metros quadrados, permitindo futuras expansões, conforme a demanda cresça.
“Duplicamos o centro de distribuição, possibilitando a preparação de um estoque robusto para o final do ano. Enquanto o mercado enfrenta dificuldades devido à seca em Manaus, nossa capacidade de atendimento está assegurada”, explica o executivo sobre o espaço, que inclui estacionamento para 1.300 automóveis e 800 caminhões, alimentando expectativas para um Natal ainda mais positivo.
Para consolidar esse momento, a Lojas CEM, com 71 anos de atividade, entende que nem toda inovação é prioritária no comércio de bens duráveis, acreditando que sua abordagem conservadora é fundamental para o sucesso, mesmo em um ambiente onde o e-commerce tem ganhado relevância. “Passamos por todas as situações econômicas e políticas possíveis em sete décadas de atuação. Mantemos um perfil conservador, com os pés no chão”, comenta Domingos Alves.
Com foco total na operação offline, a empresa cuida meticulosamente do visual de suas 306 lojas, sendo 302 em prédios próprios, orgulhando-se de nunca ter fechado uma unidade. “Cuidar do espaço físico é crucial, então buscamos ser impecáveis da fachada ao banheiro, criando um ambiente climatizado e atraente ao consumidor”, afirma.
À moda antiga, a Lojas CEM continua utilizando carnês para a venda de seus mais de 4 mil itens, financiando-os com recursos próprios, sem recorrer a bancos ou financeiras. “O financiamento próprio nos permite oferecer taxas de juros que são, em geral, a metade das cobradas pelo mercado”, destaca o diretor de Lojas.
Contando com unidades espalhadas pelos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Paraná, a varejista enxerga a concentração regional como um diferencial competitivo em relação aos grupos nacionais, por acelerar sua capacidade de atendimento. “Conseguimos ter um custo menor, limitando o raio de ação a uma área de 600 quilômetros. Assim, conseguimos realizar entregas em 48 horas, com uma administração mais enxuta”, argumenta.
Além disso, para evitar surpresas e variações nos custos, a empresa terceiriza os serviços de entrega desde 1976, algo que se deu ao menos uma década antes de seus principais concorrentes no varejo adotarem tal prática. “Nosso negócio não é administrar pneu ou conserto de caminhão. Isso é com a transportadora, que ganha por entrega, o que a estimula a trabalhar mais rápido para nós. Com isso, também conseguimos ter um custo fixo no transporte”, justifica o executivo.
Assim, com uma operação otimizada e foco no básico desde sua abertura, há mais de sete décadas, a Lojas CEM acredita que a simplicidade é a chave de seu sucesso, contando, hoje, com mais de 15 milhões de clientes cadastrados. “Varejo é gente. Não somos pioneiros em modernismo ou saímos na frente em uma série de situações. Mas fazemos bem o básico e com simplicidade. E fazer o básico não é simples”, conclui Domingos Alves.
Fonte: Estadão