Para brigar em pé de igualdade com as grandes varejistas do segmento de malas e acessórios de viagem, a Sestini deixou de vender apenas no atacado e começou a espalhar franquias pelo País: hoje são 30 lojas. Após faturar R$ 40 milhões em 2017, a empresa pretende expandir em aeroportos e renova esforços na internet.
A criação dos canais de varejo e e-commerce da Sestini, empresa brasileira fundada em 1994, é relativamente recente. A atuação no varejo foi vista como primordial para marcar presença no imaginário dos consumidores do País, que só conheciam a empresa por sua atuação em lojas multimarcas. A crise, no entanto, atrapalhou uma expansão em larga escala.
“No momento em que nós entramos no varejo, a crise era muito pouco falada. Ela veio depois de um ano. Nós já começamos com um projeto bem estruturado. É óbvio que a crise atrapalha, mas o importante é ter transparência com os candidatos [à franquia]. Mas as pessoas não pararam de viajar. Enquanto o País estava em crise, a CVC estava crescendo”, diz o responsável pelo canal de varejo da Sestini, Anderson Abreu.
Neste ano, a empresa pretende inaugurar, no mínimo, 15 lojas – foram 10 novas operações na última temporada. Já o faturamento das lojas físicas da Sestini em 2017 foi de R$ 40 milhões, um crescimento de 13% no conceito ‘mesmas lojas’ em relação ao ano anterior. Para este ano, a empresa pretende avançar o faturamento em 15%, na mesma base comparativa. Com as aberturas previstas, a Sestini prevê um crescimento de aproximadamente 60% no faturamento.
“Estamos há três anos consecutivos crescendo em vendas. Com 30 lojas, estamos no mercado pulverizado. Já entramos provavelmente em todas as regiões: Sudeste, Sul, Norte, Nordeste e Centro-Oeste. No final do ano passado, nós abrimos em Fortaleza, Recife e Aracaju”, afirma Abreu.
Com mais de dois mil produtos diferentes e 800 lançamentos por ano, a Sestini procura novos mercados para crescer. Hoje, a rede detém uma loja outlet localizada em Embu das Artes (SP) e duas operações no Aeroporto Internacional de São Paulo, localizado em Guarulhos. A expansão em outros aeroportos pelo País, inclusive, é uma possibilidade vista com bons olhos pela empresa. Além disso, a Sestini quer investir em lojas de rua.
“Temos interesse em pulverizar nossa presença nos aeroportos do Brasil. No nosso segmento, isso é unir o útil ao agradável”, explica o executivo, que ainda completa: “Nós não temos lojas de rua ainda, mas isso faz parte do nosso plano estratégico.”
Cada loja da Sestini demanda um investimento entre R$ 350 mil e R$ 400 mil, valor que inclui a taxa de franquia, a mão de obra, capital de giro e estoque. Em alguns casos, Abreu explica que a empresa inaugura unidades no formato de pop-store para testar a viabilidade do ponto de venda antes de investir em uma operação definitiva.
Investimento no on-lineDe olho no cliente também no âmbito virtual, a empresa começou a vender mochilas, estojos e malas no marketplace da Amazon recentemente. “A Sestini hoje é uma das principais fornecedoras no segmento de volta às aulas no marketplace da Amazon. O grande desafio de uma franquia é mostrar que o atacado e o e-commerce não atrapalha a loja física. O franqueado enxerga o e-commerce não como um canal concorrente, mas como um canal de apoio e de catálogo”, conta Abreu. Hoje, o comércio virtual representa cerca de 10% da receita da Sestini. Fora isso, a empresa deve implementar o serviço de omnichannel nos próximos meses.
Fortalecendo a marcaEmbora tenha se voltado para o varejo nos últimos anos, a Sestini ainda continuará investindo no multimarca. “Hoje a Sestini tem uma presença com oito mil clientes pelo canal multimarca. Existe um plano muito forte de crescimento do atacado. A tendência é que ele ganhe cada vez mais força. O varejo ajuda o atacado a se posicionar melhor”, comenta. Focada nos públicos B e C, a Sestini apresenta um tíquete médio de R$ 300 nas lojas – no e-commerce este valor é de R$ 265. Para o futuro, uma internacionalização da Sestini não está descartada.
Fonte: DCI