A multinacional francesa de cosméticos L’Occitane planeja acelerar a expansão no Brasil. A subsidiária é a sexta maior entre 90 países, mas a ambição de Natan Anaf, que há quatro meses assumiu como diretor-geral da operação, é torná-la a terceira mais importante do grupo em tamanho e rentabilidade nos próximos cinco anos. Como parte desse projeto, a companhia investe R$ 200 milhões em um fábrica em Itupeva (SP) – sua primeira unidade fora da França.
No ano fiscal de 2018, encerrado em março, a operação brasileira gerou receita de € 60,2 milhões (R$ 227 milhões), um avanço de 11,3%, em euros, em relação ao exercício anterior. A taxa de crescimento ficou atrás somente da registrada na China, de 20,5%. Globalmente, a fabricante vendeu € 1,3 bilhão no período, um aumento de 4,6%.
O diretor-geral disse que a expectativa para este ano é manter o ritmo de expansão no Brasil em 11%. No primeiro trimestre fiscal de 2019, que terminou em junho, houve incremento de 9% nas vendas, em comparação com igual intervalo do ano fiscal anterior.
“Não sofremos tanto com a recuperação lenta da economia como outros ‘players’. A L’Occitane au Brésil também sofre impacto menor que a L’Occitane en Provence. Diante do cenário de valorização do dólar, tentamos segurar aumentos de preços acima da inflação. Os produtos da marca criada no país tiveram reajuste em julho e a outra, em agosto”, afirmou Anaf.
Criada há cinco anos, a marca L’Occitane au Brésil é produzida por terceiros no país. No primeiro semestre de 2019, as linhas de loções corporais, cremes de mãos, sabonetes líquidos e produtos para os cabelos começam a ser fabricadas na unidade própria da companhia, que está sendo construída no interior de São Paulo, em uma área de 21 mil m2.
Para os próximos anos, o executivo comentou que a empresa, que disputa mercado com marcas como Boticário, Natura e The Body Shop, planeja crescer nas categorias de perfumaria e cuidados com o cabelo. Hoje, a receita da operação brasileira tem como carro-chefe os itens para o corpo e mãos.
Ampliar a capilaridade no varejo também será essencial. As unidades estão concentradas no Sudeste, principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro. “Enxergo oportunidades para avançar em outras localidades como Nordeste e o Norte”. Além disso, a companhia quer amadurecer o e-commerce, que responde por pouco mais de 5% da receita.
A L’Occitane au Brésil é vendida em 188 pontos de venda, sendo 116 deles franquias. Os cosméticos da bandeira L’Occitane en Provence, vendidos em 108 lojas, 90 delas próprias, continuarão a ser importados.
Na segunda passagem pela multinacional francesa após comandar a área de operação, expansão, engenharia e serviços financeiros da C&A Brasil, Anaf pretende aumentar as possibilidades de experiência do consumidor com as marcas. Em agosto, foi aberta uma loja-conceito da L’Occitane au Brésil no Pátio Higienópolis, em São Paulo, inspirada na hospitalidade das casas brasileiras. A expansão do modelo será gradativa.
Fonte: Valor Econômico