Grupo aproveitou espaço deixado por rivais que encolheram e abriu 14 lojas no país
Por Cibelle Bouças
A Livraria Leitura, com sede em Belo Horizonte, chega ao fim do primeiro semestre com crescimento nas vendas de 50% em relação ao mesmo período do ano passado. A rede, atualmente com 97 lojas no país, consolida sua liderança no setor de livrarias. Para 2022, a meta é abrir 7 unidades, ante 14 no ano passado e crescer em vendas entre 40% e 50%.
Das sete unidades previstas para este ano, duas serão megalojas, com mais de 1 mil metros quadrados, em Vitória e Aracaju. “As novas lojas são de porte médio, de 300 a 600 metros quadrados. Abertura de megaloja só em grandes shopping centers”, afirmou Marcus Teles, sócio e presidente da Livraria Leitura.
Teles disse que o consumo de livros no Brasil continua aquecido, mesmo com a flexibilização das medidas de isolamento social por conta da pandemia de covid-19. “Cresceu muito a busca por livros infantis e juvenis e de mangás. Se algum livro se torna série de TV ou filme, a venda estoura”, afirmou. Ele citou entre as obras mais vendidas séries como Harry Potter, Percy Jackson e Diário de um Banana. A venda de clássicos da literatura segue aquecida entre o público adulto, segundo o executivo.
Em 2021, a Leitura vendeu em torno de 7 milhões de livros. A previsão para este ano é chegar a até 10 milhões. As vendas de livros digitais representam 6,5% do total.
De acordo Teles, as vendas até maio ficaram 50% acima do registrado no mesmo período de 2021, graças a uma demanda aquecida e à abertura de lojas. Considerando as unidades abertas há mais de 12 meses (mesmas lojas), o aumento nas vendas é de 20%. A Leitura não divulga dados financeiros. No ano passado, seu faturamento era da ordem de R$ 400 milhões, segundo fontes do setor.
O desempenho da Leitura está acima da média de mercado. De acordo com pesquisa realizada pela Nielsen e Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel), de janeiro a maio, as vendas de livros no país cresceram 8,18% em volume, comparado ao mesmo período de 2021, para 22,3 milhões de unidades. Em valor, houve aumento de 12,35%, para R$ 996,4 milhões.
“Nos últimos anos a gente intensificou a abertura de lojas aproveitando que outras redes entraram em crise e fecharam unidades. Em 2021, apesar dos momentos difíceis por causa da pandemia, conseguimos aproveitar oportunidades e abrimos 14 lojas. A tendência agora é abrir em torno de 7 lojas por ano”, afirmou Teles.
Atualmente, a rede negocia abertura de unidades em São Paulo e outros Estados. As próximas lojas já definidas serão abertas em shoppings no Rio de Janeiro e em Vitória. Neste ano, já foram abertas unidades em Aracaju e São Bernardo do Campo, na Grande São Paulo. Há outras três unidades em negociação.
Em julho, a Leitura completa 55 anos de existência. A empresa foi fundada em 1967 por Emídio Teles, irmão de Marcus, com uma loja de 40 metros quadrados de livros novos e usados, no centro de Belo Horizonte. “No começo, muitos primos, parentes e amigos doaram livros, outros venderam”, afirmou Teles. Atualmente, a rede Leitura é controlada pelos irmãos Marcus, Emídio, Belmiro e Gervásio e mais três sobrinhos.
A expansão de lojas começou por Belo Horizonte na década de 1980. Em seguida, foram abertas unidades no interior de Minas Gerais. Em 2000, a rede inaugurou a primeira loja fora do Estado, em Brasília. Nos anos seguintes foram abertas lojas em outros Estados. O grupo também é dono da Leitura Distribuidora de Livros, o atacado de papelaria PLM, quatro lojas de departamentos D+ Casa e Presentes e a loja virtual leitura.com.
Fonte: Valor Econômico