Após reestruturar as suas operações entre 2014 e 2016, a varejista de bolsas e malas Le Postiche planeja ampliar a sua rede de lojas, com abertura de 20 unidades neste ano, chegando a 243 unidades.
Carlos Eduardo Padula, presidente da Le Postiche, disse que pretende abrir dez lojas próprias e dez unidades licenciadas, ampliando a rede para 88 próprias e 155 licenciadas no ano. No alvo estão as praças de São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Recife, São Luís e Porto Alegre.
A Le Postiche fechou 2017 com queda de 10% em receita, para R$ 440 milhões. Para 2018, a meta da companhia é atingir um crescimento de 12%, com aumento nas vendas em mesmas lojas (unidades abertas há mais de 12 meses) e abertura de novas unidades, afirmou Padula.
“A companhia está otimista neste ano. Apesar de ser um ano de eleições e de Copa do Mundo, o que atrapalha um pouco as vendas, há um cenário de retomada do consumo favorecendo o setor”, afirmou o executivo.
De acordo com Padula, em janeiro, a companhia vendeu 500 mil produtos da linha de volta às aulas. Esse volume representou 50% das vendas da rede em janeiro. No mês, a rede Le Postiche apresentou um crescimento de vendas em mesmas lojas de 10% em relação a janeiro de 2017.
“Janeiro é o melhor mês do ano para a companhia, supera dezembro em receita”, disse Padula. De acordo com o executivo, o aumento nas vendas deveu-se principalmente à estratégia de ampliar a oferta de produtos da linha juvenil, com ofertas de combos — mochilete (mochila com rodinhas) com lancheira e mochila com estojo. Os combos foram vendidos a preços entre R$ 129 e R$ 199. “No mercado, esses itens separados custam 20% mais. A estratégia ajudou a ampliar as vendas”, afirmou Padula.
A Le Postiche foi fundada em 1978 como varejista de produtos para viagem. A empresa começou vendendo diversas marcas importadas, e, depois, passou a oferecer produtos de marca própria. Em 2010, traçou um plano para consolidar a presença entre o público feminino das classes B e C.
Em 2014, sob o comando das duas filhas do fundador, Álvaro Restanho, além dos diretores, a companhia contratou a consultoria Performa Partners para reformular o negócio. O plano de se fortalecer nas classes B e C foi abandonado. A Le Postiche passou a investir em produtos de valor agregado mais alto. A faixa média de preços dos produtos saiu de R$ 79 a R$ 179 para R$ 129 a R$ 399. A rede também firmou parceria com as marcas Santa Marinella, Uncle K, Farm, Bo.Bô (da Restoque), Ana Hickman e Echolac (do grupo japonês Mitsubishi) para ampliar as linhas de alto valor agregado. A empresa ainda enxugou despesas, terceirizou a operação logística para a Volo, fechando dois centros de distribuição.
Fonte: Valor Econômico