A empresária Renata Moraes Vichi comanda operações de marcas de chocolates como Kopenhagen, Lindt e Brasil Cacau. Mas a sua prioridade é montar uma rede de academias
Nos últimos vinte anos, a rotina da executiva paulistana Renata Moraes Vichi poderia ter resultado em ganho de alguns quilos na balança. Não por falta de hábitos saudáveis, mas pela tentação que o seu trabalho traz. Ela é vice-presidente e herdeira do Grupo CRM, dono das marcas de chocolate Kopenhagen e Brasil Cacau, com faturamento de R$ 747 milhões em 2016, e comanda a operação brasileira da marca suíça Lindt. A partir de janeiro, a executiva de 35 anos também se dedicará a um projeto menos calórico.
Trata-se da Soulbox, uma espécie de academia de artes marciais, mas focada em exercícios aeróbicos. O investimento foi de R$ 3 milhões. “Já ouvi piadas de que estou compensando o consumo de chocolate”, diz Vichi. A ordem, segundo ela, é surfar na onda dos negócios relacionados a hábitos de vida mais saudáveis. Por isso, a academia, com 500 m2 e localizada na Zona Sul de São Paulo, nasceu com o plano de se tornar uma rede por meio de franquias, uma das especialidades do Grupo CRM. Até 2018, serão abertas cinco unidades com investimento próprio.
“Queremos entender ainda mais do negócio antes de partirmos para a expansão acelerada”, diz Vichi. Segundo dados da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor de esporte, saúde e bem-estar vem tendo destaque em franquias. No terceiro trimestre de 2016, último dado divulgado, havia 16% mais lojas no segmento fitness em comparação ao mesmo período do ano anterior – o melhor resultado dentre todos os setores. “O crescimento dessas franquias não é mais uma tendência, mas uma realidade”, diz André Friedheim, diretor da ABF.
PAI E FILHO: Com 40% da empresa, João e André Audi são sócios de Vichi na academia de boxe
PAI E FILHO: Com 40% da empresa, João e André Audi são sócios de Vichi na academia de boxe (Crédito:Marco Ankosqui)
Outro fator que a Soulbox prevê faturar é no aumento da procura por serviços sob demanda, nos moldes pay-per-use. Não existem mensalidades, apenas pacotes de aulas e que podem ser utilizados quando o aluno preferir. “É uma tendência de consumo em academias no mundo inteiro”, diz André Audi, sócio de Vichi na empresa juntamente com o seu pai, João Audi, ex-diretor do frigorífico JBS. Na pré-in auguração, segundo eles, foram vendidas quatro mil aulas. Os preços das aulas vão de R$ 39 até R$ 55.
As investidas nos negócios mais saudáveis, porém, não fazem Vichi negligenciar o principal negócio da família. Ao contrário. Para este ano, o Grupo CRM prevê a abertura de 45 franquias da Brasil Cacau e mais 15 da Kopenhagen. A CRM cresceu 8% em 2016 na comparação com o ano anterior. Para 2016, a estimativa é de expansão de 10%. Na Lindt, em que atua em joint venture com a própria marca suíça, a previsão é de dez novas lojas. Haja exercícios para queimar essas calorias.
Fonte: IstoÉ Dinheiro