Depois de quase sete anos de operação no mercado brasileiro, a máster-franquia do Johnny Rockets está bem perto de se tornar a segunda maior operação da rede no mundo: com as duas lojas que abrem as portas em março, a rede soma 27 operações. Assim, a máster-franquia comandada pelo empreendedor Antônio Augusto de Souza ultrapassa a representação mexicana da marca e fica atrás apenas da matriz, nos Estados Unidos, que tem 286 pontos em funcionamento.
Desde 2013, a rede tem expandido prioritariamente em shopping centers brasileiros. Existem apenas duas lojas de rua e uma em aeroporto, mas esse cenário deve mudar com as novas operações previstas para 2020. Além das inaugurações já mencionadas, 13 estão em fase de negociação.
Ao longo desses anos, Souza diz que foram necessárias poucas alterações no modelo de negócio em relação ao original americano. “Incluímos pratos de comida no cardápio, fomos a primeira operação do mundo a fazer isso. O brasileiro come prefere pratos feitos no almoço, é mais forte do que comer hambúrguer. Sabíamos que esse era um caminho para desenvolver a marca por aqui.” Em restaurantes instalados em centros comerciais, os pratos feitos chegam a representar 20% das vendas.
Foco no delivery
Até maio, a operação deverá entrar num novo mercado: o de dark kitchens, cozinhas que operam apenas para a venda por aplicativos de entrega. As três primeiras operações serão geridas como unidades próprias em São Paulo. Souza ainda não escolheu a localização, mas cita que está de olhos em bairros paulistanos como Moema, Morumbi e Pinheiros e na cidade de Osasco. “Atenderemos locais que nosso delivery não alcança e onde ainda não temos lojas. Os pontos servirão para testar a demanda e, futuramente, abrirmos ‘microlojas’, com um balcão e pedidos to go [para viagem] atrelados ao delivery”, diz.
Souza prevê investir cerca de R$ 750 mil nas três operações. O delivery corresponde atualmente a 17% das vendas do Johnny Rockets, proporção que deve saltar para 30% em 2020. As dark kitchens trabalharão apenas com hambúrgueres e saladas. “Vamos ter menos produtos para ter mais qualidade.” A operação brasileira da marca faturou R$ 85 milhões em 2019. Em 2020, a previsão é chegar a R$ 150 milhões de receita.
Mais de 9 mil restaurantes operam com delivery
O conceito de dark kichen é uma das tendências apontadas para o franchising em 2020. Souza, que já foi franqueado de outras redes de alimentação – inclusive McDonald’s -, sai na dianteira de um segmento que ainda é pouco explorado pelas franquias. Não que o Johnny Rockets seja o pioneiro: a marca de frango frito N1 Chicken, de Vitória (ES), opera exclusivamente via delivery e começou a franquear em 2018. Em menos de um ano, eles já contabilizavam 33 unidades em seis estados brasileiros.
Dark kitchens, em geral, representam um segmento em alta, embora com pouca incidência de redes. De acordo com um estudo elaborado pela consultoria especializada em food service Galunion, com base em dados divulgados pelas entidades representativas do setor, já existem mais de 9 mil pontos exclusivos de Delivery e Para Levar, um crescimento anual de 7,4% entre 2014 e 2018 – o maior do subnicho de alimentação direta ao consumidor. Entre 2019 e 2023, o ritmo deve ser de 7,6%, segundo a estimativa da consultoria.
Fonte: PEGN