A C&A, uma das maiores varejistas de moda no país, pediu aval para uma oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês), ampliando a fila de empresas que estão correndo para listar na bolsa local a fim de evitar disputar o bolso de investidores com uma série de privatizações previstas para os próximos meses.
Segundo o prospecto preliminar da operação, os recursos da tranche primária — ações novas, cujos recursos da venda vão para o caixa da empresa — serão usados para pagar empréstimos intracompany e para expansão orgânica.
No documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a C&A detalha seu plano de expansão, que inclui a detecção de 159 possíveis locais para abertura de lojas.
A C&A também pretende melhorar a plataforma de comércio eletrônico e as ofertas de produtos financeiros, abrir mais um centro de distribuição para apoiar esse plano de crescimento, além de buscar aquisições.
A família Brenninkmeijer, dos irmãos Clemens e August cujas iniciais deram origem à marca na Holandesa em 1861, será acionista vendedora na oferta secundária. O lote secundário será feito por meio da Cofra Investments e Incas SA, ambos veículos de investimentos com sede em Luxemburgo e controlados pela família fundadora.
A C&A está no Brasil desde 1976, quando abriu sua primeira loja no shopping paulistano Ibirapuera. Atualmente, a companhia tem 282 unidades físicas no país e se apresenta como a segunda maior em termos de receita líquida dentre as varejistas de moda no país listadas na B3.
A companhia afirma no prospecto que teve receita líquida de 5,17 bilhões de reais no ano passado, um aumento de 2,6% em relação ao ano anterior. Já o lucro líquido do ano passado somou 173,6 milhões de reais, um salto de 79,2% sobre 2017.
A oferta será coordenada por Morgan Stanley, Bradesco, BBI, BTG Pactual, Citi, Santander e XP Investments, segundo o documento arquivado na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
O pedido de registro da C&A amplia a fila de empresas de vários setores que estão correndo para listar suas ações na bolsa paulista nos próximos meses, enquanto o governo federal se prepara para levar ao mercado de ações diversas estatais, incluindo braços da Caixa Econômica Federal, além de fatia na Eletrobras.
A lista de ofertas iniciais de ações em análise na CVM inclui a da rede de joalherias Vivara, a do Banco BMG e a da Iguá Saneamento. A Cyrela Commercial Properties, braço de imóveis comerciais da construtora Cyrela , também pediu registro para uma oferta primária subsequente.
Neste ano, já abriram o capital na B3 a SBF, dona da rede de lojas de artigos esportivos Centauro, e a elétrica Neoenergia. Houve também ofertas subsequentes de ações da Petrobras, da rede de postos de combustíveis BR Distribuidora e da Linx.
Fonte: UOL